terça-feira, 2 de outubro de 2007

Dizer, Fazer e Ser... (Pe. Evandro L. Braun)

A experiência de Pedro tantas vezes é ícone da nossa (cf. Mt 16,13-23). Diante da pergunta: “E vós, quem dizeis que eu sou?”, Pedro respondeu: “Tu és o Messias, o Filho do Deus Vivo”. Por esta resposta, Jesus o chamou de feliz, prometeu construir a Igreja sobre ele e lhe entregou as chaves do Reino. Pedro professou a fé em Jesus, disse o que tinha de dizer!

Logo em seguida, Jesus mostrou aos seus a realidade pela qual deveria passar: sofrimento, morte e ressurreição. Pedro, diante disso, repreendeu Jesus: “Deus não permita tal coisa, Senhor! Que isto nunca te aconteça!” Jesus voltou-se para Pedro e disse: “Vai para longe, satanás! Tu és para mim uma pedra de tropeço, porque não pensas as coisas de Deus, mas, sim, as coisas dos homens!” Pedro não foi capaz, naquele momento, de assumir a plenitude da revelação. Isso era custoso demais para o discípulo!

Apontamos este texto para apresentar um elemento bem concreto para nós que, tantas vezes, igualzinho a Pedro, dizemos coisas bonitas, verdadeiras e profundas. Muitas vezes apresentamos idéias e apontamos a realidade das coisas de uma forma surpreendente: “Tu és o Messias, o Filho do Deus Vivo!” Porém, na hora da verdade, da dor, da angústia, do assumir todas as conseqüências, somos tantas vezes incapazes. Parece que existe uma distância entre o “dizer” e o “assumir”. Porém, no serviço da Igreja não basta “dizer”, é preciso “assumir”(fazer)!

Olhando para a Carta Apostólica Novo Millennio Ineunte, um outro aspecto ainda nos é apresentado: “O nosso tempo é vivido em contínuo movimento que muitas vezes chega à agitação, caindo-se facilmente no risco de ‘fazer por fazer’. Há que se resistir a esta tentação, procurando o ‘ser’ acima do ‘fazer’.” (Novo Millennio Ineunte, n. 15).

Estejamos certos: os homens de hoje estão cheios de idéias e teorias; não precisam de mais uma. Eles precisam de práticas de vida, de atitudes bem concretas de acolhida, amor, serviço. Mas isso não basta! É preciso que exista uma raiz profunda para tudo isso: uma comunhão forte com Jesus. O “ser” é o que importa de fato!

Aqui convém citar as palavras de João Paulo II, mais uma vez: “os homens do nosso tempo, talvez sem se darem conta, pedem aos crentes de hoje não só que lhes ‘falem’ de Cristo, mas também que de certa forma lho façam ‘ver’. E não é porventura a missão da Igreja refletir a luz de Cristo em cada época da historia, e por conseguinte fazer resplandecer o seu rosto também diante das gerações do novo milênio?...” (Novo Millennio Ineunte, n. 16).

Qual é o ideal, a referência forte e o modelo para a nossa missão na Igreja? A pessoa de Jesus! Nele nós encontramos toda a segurança para o nosso serviço. Bom mês missionário!

Para Refletir e Partilhar:
1. Quais as frases do texto lhe chamam a atenção? Por quê?
2. Qual é a grande missão da Igreja em todos os tempos?
3. O que você pode fazer de concreto para que as pessoas experimentem o amor de Jesus?

(Texto elaborado por Pe. Evandro Luis Braun evandrobraun@bol.com.br)

"Ide também vós..." (Fábio Sejanoski)

“Ide também vós...”
Eis o convite que Cristo nos faz neste mês: “Ide também vós para a minha vinha” (Mt 20, 4). O que significa isso? Significa que estamos no mês de Outubro, o mês dedicado às Missões. Significa que a cada dia necessitamos renovar este nosso compromisso de evangelização. Significa que não podemos mais ficar de braços cruzados esperando as coisas acontecerem pos si só! Precisamos colocar a mão na massa e fazer a nossa parte para a vivência plena do Reino de Deus entre nós.

“Ide também vós para a minha vinha”. Onde fica essa vinha? Cristo nos convida para irmos onde? A vinha do Senhor fica exatamente aí onde eu e você estamos agora. Exatamente aí é o lugar de evangelizarmos, ou seja, começando pelo nosso coração, depois em nossa casa, passando pelo ambiente em que vivemos, nosso trabalho e enfim, tocando cada um que encontramos e que faz parte da nossa vida.

“Ide também vós para a minha vinha”. Como concretizar esta proposta? Vamos olhar para alguns dos Santos que comemoramos neste mês, como Santa Teresinha do Menino Jesus; São Francisco de Assis; S. Lucas; N. S. Aparecida, tão amada e venerada por nós. Eles nos mostraram que com coragem e disposição é possível levar a mensagem do Evangelho não somente com palavras, mas com nosso próprio exemplo de vida.

“Ide também vós para a minha vinha”. Este é o convite pra você responder e viver a sua vocação! Nunca é tarde para você aceitar essa proposta... Lembre-se que vocação acertada é sinal de um futuro feliz! A decisão é tua!

E este mês também é o mês do Rosário! Vamos então tomar o nosso terço nas mãos, rezar por todos os missionários religiosos e leigos, por cada um de nós na nossa missão do dia-a-dia, pelas crianças – que celebramos seu dia também neste mês – para que cresçam em sabedoria e graça, amparadas pelos Santos Anjos da Guarda.

“Venham trabalhar na minha vinha, dilatar meu Reino entre as nações. Convidar meu povo ao banquete. Quero habitar nos corações. Unidos pela força da oração e ungidos pelo Espírito da Missão vamos juntos construir uma Igreja em Ação”. Que as palavras deste canto façam eco na nossa vida.
(Texto elaborado por Fábio Sejanoski sejanoski@yahoo.com.br)

Zelador Missionário (Adriano Freitas)

Uma jovem de mais ou menos 15 anos saiu de sua casa e fez uma longa caminhada até um povoado pequeno, onde morava sua prima. Essa jovem estava grávida e foi colocar-se a serviço daquela mulher que também esperava uma criança. Essa história todos já sabemos. Isabel acolheu Maria (a que seria a mãe de seu Senhor) em sua casa, plena do Espírito Santo: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre” (Lc 1, 43). Maria caminhou, pôs-se a servir, pôs-se em missão.

Este mês dedicado ao rosário é também o mês missionário. Entre as vocações que existem na Igreja está também a vocação missionária. Hoje se fala tanto sobre isso, mas somos convidados a olhar e refletir acerca do que é de fato e ver como é vivida hoje essa vocação tão necessária e urgente em nossas comunidades. A Virgem de Nazaré, que aderiu à Palavra e nela “teceu carne” em seu ventre, foi a missionária por excelência, por isso é o referencial que ilumina e transforma; é o exemplo de entrega, de coragem, de fé.

Temos também, no Evangelho, os discípulos que Jesus enviou, de dois a dois, em missão. Eles foram “Discípulos e Missionários de Jesus Cristo para que Nele nossos povos tenham vida” (lema da V Conferência do CELAM). No discurso de abertura desta conferência o Papa nos falou: “Nesta hora em que a Igreja deste continente se entrega plenamente à sua vocação missionária, lembro aos leigos que são também Igreja, assembléia convocada por Cristo para levar seu testemunho ao mundo inteiro”. São, enfim, alguns elementos que remetem a nós, leigos, e principalmente a você Zelador(a). Chamados à missão, precisamos levar ao mundo o testemunho de Jesus Cristo, e nos colocarmos a serviço, como fez Maria. Sermos fermento do Amor de Deus, sermos “sal da terra e luz do mundo”.

Mas “levar Jesus Cristo ao mundo?” Ao mundo todo é muita coisa, é impossível! Temos que fazê-lo aqui mesmo onde estivermos. O “mundo” é a nossa realidade onde vivemos. A Palavra se cumpre quando cada um faz a sua parte confiada por Deus. Mas como “precisamos nos colocar a serviço”, se eu já sou coordenador(a), se já sou zelador(a) há algum tempo? É preciso, sim, renovar este propósito a cada novo dia, e dispor de si com aquele mesmo olhar de fé de Nossa Senhora. De que forma você poderia ajudar?

(Texto elaborado por Adriano Freitas)

Testemunho Vocacional (Athanagildo Vaz Neto)

Na simplicidade...

Chamo-me Athanagildo Vaz Neto, tenho 24 anos e sou natural de Ponta Grossa, atualmente minha família mora em Irati. Sou filho único e perdi meu pai cedo, aos 7 anos de idade. Minha mãe chama-se Maria Fornalevicz Vaz. É uma pessoa muito importante na minha vida, afinal de contas foi ela quem primeiro me educou na fé, quantas foram às vezes que ela ao lado da minha cama rezava comigo e por mim...Fui coroinha na Capela N. Sra. das Dores, paróquia de N. Sra. de Guadalupe. Foi sendo coroinha que a Vocação chegou a minha vida. A proximidade com o padre era grande e eu podia ver o quanto ele era feliz. Era o Pe Glauco. Hoje estou no seminário São João Maria Vianney, em Ponta Grossa e é meu 7° ano de seminário, 2° de Teologia. Posso dizer com muita sinceridade que eu sou feliz nesse caminho. O Chamado de Deus acontece no dia-a-dia, na simplicidade do cotidiano. É nesses momentos simples que a felicidade se torna realidade. E as orações são muito importantes, por isso jamais deixem de rezar pelas vocações.

História - Aprendendo com "Tia Teca" (Janescleo Guimarães)

“Havia uma senhora muito simples, que vendia verduras na vizinhança. Certo dia, tia Teca, conhecida por toda vizinhança, foi vender suas verduras na casa de um senhor e lá perdeu o seu terço. Passados alguns dias, tia Teca voltou àquela casa, e este senhor veio logo zombar dela dizendo: Você perdeu o seu Deus?

Ela respondeu: Eu? Perder o meu Deus? Nunca. Então ele pegou o terço e disse: Não é este o seu Deus? Graças a Deus o senhor encontrou meu terço. Muito obrigada. Por que a senhora não troca este cordão com essas sementinhas pela Bíblia? Perguntou ele. E ela humildemente respondeu: Porque a Bíblia eu não sei ler, e como o terço, eu medito toda a palavra de Deus e guardo no meu coração.

Medita a palavra de Deus? Como assim? Poderia me dizer? Poderia me dizer? Posso sim respondeu tia Teca pegando o terço e disse: Quando eu pego na cruz lembro-me que o filho de Deus derramou o seu sangue, pregado numa cruz, para salvar a humanidade. Essa primeira conta grossa me lembra que há um só Deus onipotente. Essas três contas pequenas me lembram as três pessoas da Santíssima Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo. Esta conta grossa me faz lembrar a oração que o senhor mesmo

ensinou-nos, que é o Pai- nosso. O terço tem cinco mistérios, que me fazem lembrar as cinco chagas do Nosso Senhor Jesus Cristo, cravado na cruz. E cada mistério tem dez Ave-Marias, que me fazem lembrar os dez mandamentos, que o senhor mesmo escreveu nas Tábuas de Moisés.
O rosário de Nossa Senhora tem vinte mistérios, que são: cinco Gozosos, cinco Dolorosos, cinco Gloriosos e cinco Luminosos. De manhã, quando me levanto para iniciar minha luta do dia-a-dia, eu rezo os mistérios Gozosos, lembrando-me do humilde lar de Maria em Nazaré, ao meio dia, no meu cansaço e fadiga do trabalho, eu rezo osmistérios Dolorosos, que me fazem lembrar de Jesus Cristo para o Calvário. Quando chega o final do dia, com as lutas vencidas, eu rezo os mistérios Gloriosos, que me fazem lembrar que Jesus venceu a morte para dar Salvação a toda humanidade e a noite rezo os mistérios Luminosos, para lembrar que mesmo em meio às dificuldades Jesus sempre me ilumine e me protege. E agora me diga onde está a idolatria? Ele, depois de ouvir tudo isso, disse: Eu não sabia disso. Ensina-me tia Teca, a rezar o terço”.

(Por Janescleo Guimarães janescleo@yahoo.com.br)