terça-feira, 27 de janeiro de 2009

SAV e Espiritualidade (Athanagildo Vaz Neto*)

A Espiritualidade deve nos levar a perceber que Deus caminha conosco, mas o caminho é de seguimento. A espiritualidade do Animador e da Animadora Vocacional é a Espiritualidade do Seguimento.
Por ser uma experiência de seguimento de uma pessoa concreta – Jesus Cristo –, a espiritualidade é algo que pode e deve ser comunicada, “André, o irmão de Simão Pedro, era um dos dois que ouviram as palavras de João e seguiram Jesus. Encontra primeiramente seu próprio irmão Simão e lhe diz: ‘Encontramos o Messias’. Ele o conduziu a Jesus”. (Jo 1, 40-42b.).
O Espírito Santo desperta e faz com que cada um de nós perceba a graça de Deus em nossa vida. “Recebemos o Espírito que vem de Deus é para reconhecermos os dons da graça de Deus” (1Cor 2, 12)
Precisamos estar atentos à inspiração do Espírito, pois é o Ele quem suscita a maneira de seguir a Cristo. O seguimento é dom, é graça. E somos chamados a não “descuidar do dom da graça que está em nós” (1 Tm 4, 14).
Realmente é o Espírito quem nos leva a testemunhar Jesus. É só relembramos a pregação de Pedro no capítulo 2 do livro dos Atos dos Apóstolos. Um anúncio que foi extremamente profícuo para a Igreja nascente.
Portanto é uma experiência de testemunho que suscita entusiasmo, adesão ao mistério e provoca uma profunda transformação no modo de ser e de viver das pessoas. Isso mostra que a espiritualidade não é uma coisa abstrata, mas algo concreto, que está presente na vida de quem realmente está disposto a se comprometer com o Reino de Deus e com sua construção.
O que importa é deixar-se conduzir pelo Espírito e acreditar que Ele é vida e que é capaz de nos dar a vida plena que tanto almejamos. Por causa dessa fé no Espírito de Deus que habita em nós, nunca poderemos nos desesperar e nunca perderemos a esperança, pois sabemos que a ação do Espírito nos ajudará a superarmos toda e qualquer dificuldade.
O Animador e a Animadora Vocacional sabem que à frente deles vai sempre o Espírito de Deus, o qual é fonte de vida e o que “vem em auxílio à nossa fraqueza” (Rm 8, 26).

* Seminarista do 4º ano de Teologia e integrante do SAV Diocesano.
athana@terra.com.br

Somos Igreja - Somos Família - Somos SAV (Diác. Paulo Sérgio Ferreira da Silva*)

Vocação e Missão:
é tudo igual?
"De todos os vocacionados do mundo, sempre amigos"
Olá amigos! Encontramos-nos que bom! Fico pensando: será que estamos colocando em prática o que iremos ver aqui? Espero que esta página sobre Vocação e Missão ajude vocês a refletirem sobre estes termos.
Meus amigos, o mês de agosto foi escolhido pela nossa Igreja para pensarmos mais a respeito da Vocação. Nestes trinta dias que passaram, nós reforçamos as atividades para que todas as pessoas tomem conhecimento de que Deus nos chama para fazer muitas coisas bonitas.
E olha que tem muita gente levando a sério este chamado, como é o caso das catequistas, dos padres, dos diáconos, dos missionários, das famílias enfim, de todos aqueles que assumiram uma missão recebida.
Só que tem uma coisa irmãos, às vezes eu confundia vocação com missão. Então fui atrás, pesquisei, conversei com quem entende de vocação e com quem é esperto em missão. O resultado esta aí, vamos lá.

O que é vocação?
Primeiro fiquei sabendo que a palavra vocação tem sua origem numa língua que hoje quase não se fala mais, o Latim. Nesta língua, vocação significa “chamar” ela quer dizer nada mais nada menos que chamado. Nunca esqueçamos que há muita gente que confunde vocação com inclinação ou aptidão e isso está errado. É Deus quem chama. Os talentos que temos irão nos ajudar a responder a este chamado.
Sendo assim, Deus chama a mim, a você, o nosso grupo..., nos convidando ao serviço, à doação, àentrega. Neste chamado, o que Ele mais quer é quenós estejamos junto Dele, de seu filho Jesus e do Espírito Santo, participando do amor desta família do céu e da nossa comunidade. Deus chama, mas dá também os carismas e as qualidades que precisamos para assumirmos este chamado.
Na carta do nosso amigo São Paulo para a comunidade de Corinto, na Grécia, ele diz assim:
“É o Espírito Santo que realiza tudo isso, distribuindo seus dons a cada um.” (cf. 1Cor 12,11). É por isso que em nosso meio há pessoas que seguem um caminho, outros seguem outros. Estes caminhos chamamos de vocações específicas. São elas: Vocação ao Ministério Ordenado (diáconos, padres e bispos), Vocação Religiosa (irmãs e irmãos consagrados) e a Vocação Leiga (catequistas, lideranças, os pais...).
O casamento é um chamado cheio de amor que Deus faz a um homem e uma mulher para viverem juntos e constituírem família. São dois filhos de Deus que são entregue um para o outro, para que um seja do outro e para o outro. Quando a família vive verdadeiramente o amor está correspondendo ao amor de Deus, está educando os filhos nesse amor e está dando exemplo de fidelidade a Deus e a seu projeto de amor. Essa fidelidade se dá através de uma vivência dos valores cristãos. Assim a família se torna espaço e ambiente ideal para que os filhos possam discernir o chamado de Jesus. O lar fica sendo um templo vivo de Deus e uma Igreja em miniatura. Sendo a 1ª educadora, é na família que nascem e crescem as vocações, e onde se forma a responsabilidade vocacional de todos.
O diácono é o homem da família que vive com seriedade e dedicação seu compromisso sacramental do matrimônio.
O caminho para que sejam diáconos santos é a vida em generosidade e no serviço amoroso às pessoas. Como vocação divina e primeira, o diácono é chamado a vivenciar o matrimônio como alimento do amor a Cristo e sua Igreja.
O diácono precisa encontrar o equilíbrio entre o sacramento da Ordem e o do Matrimônio, precisando para isso contar com a esposa e os filhos, procurando sempre melhorar a qualidade de sua vida. O amor conjugal está em constante evolução, está sempre "em obras", só se concluindo com a morte.

O que é missão?
Companheiros, vocês irão ficar surpresos: a palavra missão também vem do latim e significa enviar. É Jesus quem nos envia, como Ele mesmo falou: “Vão e façam meus discípulos todos os povos... Ensinando a respeitar tudo o que vos ensinei” (cf. Mt 28,19-20).
É a continuação da missão de Jesus de levar vida abundante para todos. Legal, não é mesmo! A missão de evangelizar é uma missão que também cabe a nós. Evangelizar significa apresentar Jesus e tudo aquilo que ele ensinou para as pessoas: paz, ninguém passando fome, alegria, esperança, nada de escravidão, enfim, amor.

Vocação e Missão
Depois de pesquisarmos a origem e o significado destas duas palavras, acredito que podemos afirmar que Deus nos chama também para a missão. Com isso, não existe chamado sem missão, como também não existe missão se não houver quem possa realizá-la. Acho que confundi a cabecinha de vocês!
Vou explicar melhor: a vocação, como vimos, é um chamado de Deus para servirmos a todos os irmãos. Esse serviço é a missão. Agora sim! Com isso podemos concluir que vocação e missão não são a mesma coisa, mas elas estão muito ligadas, sendo conseqüência uma da outra.

Chamados para longe
O mês de outubro, que acabamos de viver, é dedicado ao Rosário e as Missões. Gostaria de conversar com vocês, amigos, sobre a missão que muitos homens e mulheres assumem levando Jesus a outros povos e culturas, às vezes muito distantes de suas famílias e amigos. Nós ainda não podemos assumir uma missão deste tamanho, porém podemos fazer algo grandioso pelos missionários, como: rezar por eles, visitar suas famílias, escrever para eles...

* Diácono Permanente da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, Coordenador da Pastoral do Menor/Pastoral Social e Secretário da Comissão Diocesana de Diáconos Permanentes. paulosfsilva@ig.com.br

Neste Tempo (JorgeAugusto)

“O que vos digo em trevas, dizei-o às claras; o que é dito ao ouvido, pregai-o de cima dos telhados!” (Mt 10, 27).O que antes era dito as escondidas, devemos agora, dizê-las sob a luz do dia. Necessitamos de romper com as trevas. Precisamos avançar. Temos que subir nos telhados para anunciarmos a novidade do Reino. No Serviço de Animação Vocacional nós devemos estar revestidos da mesma audácia de Jesus, a exemplo do dia que ele quis chamar os seus colaboradores. Chamou-os pelo nome, sem ter medo ou vergonha. Jesus se aproximou e chamou os que Ele quis. Cristo nos apresenta toda essa realidade no decorrer do seu evangelho. Portanto, todos nós que estamos neste caminho de discipulado precisamos imitar todos os passos do Mestre, inclusive a sua coragem, não podemos ter vergonha de comunicar aos outros as coisas bonitas que Jesus tem nos proporcionado. Temos que anunciar essas boas notícias, para que, todos fiquem sabendo do grande Amor que Deus tem por cada um de nós. Que essa realidade do seguimento de Jesus possa atingir um maior número de pessoas através do nosso testemunho. Peçamos a graça de Deus para que sejamos fieis a esse propósito, de “dizer às claras, de pregar de cima dos telhados” os milagres e prodígios que Deus tem feito aos nossos olhos.
Você que recebe a revista “Cultura Vocacional” deve procurar, na medida do possível, tornar concreta a proposta de Jesus. Promovendo em seu bairro, escola, paróquia, sala de catequese, e até mesmo, na sua própria família, momentos de oração; por que não, formar grupos de estudo sobre a amplidão do chamado de Deus na vida das pessoas; ainda, divulgar nas missas a realidade vocacional: através de teatros, através de reflexões, de testemunhos.
Agora é hora de pensarmos grande! Força! Temos que anunciar de cima dos telhados, para que um maior número de pessoas fique sabendo das maravilhas de Deus.

* Seminarista do 3º ano de Filosofia e integrante do SAV Diocesano.
jchuchene@hotmail.com

EVANGELIZA - SAV (Ir. Iria Maria Walter*)

Iniciando a nossa conversa, por meio deste texto, primeiramente, propomos colocar-nos de comum acordo: O que é evangelizar?
É anunciar o Evangelho. Ser enviado para dizer uma Boa Notícia. É uma tarefa, uma vocação.
Quem chama e envia a pessoa é o próprio Deus. Ele deseja contar com o ser humano para tornar presente no mundo inteiro a sua Mensagem.
Toda pessoa é chamada para uma determinada tarefa, uma missão. É Deus quem toma a iniciativa de suscitar no coração humano o desejo de estar em comunhão com Deus, ouvir o chamado e dar uma resposta. É o amor de Deus que ama – “com amor te amei” (cf Jer 31,3), chama – “não foram vocês que me escolheram, mas fui eu que escolhi vocês” (cf Jo 15,16), consagra a criatura para uma missão e envia - “Vão e façam com que todos os povos se tornem meus discípulos, batizando-as em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo, e ensinado-as a observar tudo o que ordenei a vocês” (cf Mt 28,19-20). É também o amor que faz dar resposta. O Criador e a criatura entram da dinâmica do amor, se comunicam de coração a coração e brota uma resposta.
Assim, o SAV é um grupo de pessoas, que sentem-se amados, escolhidos, consagrados para evangelizar, isto é, desempenhar uma tarefa. Mas qual é essa tarefa? A partir da própria experiência de ser chamado, feliz na sua resposta, sente-se convocada para partilhar sua vida, colaborando para que todas as pessoas descubram o amor de Deus em sua vida, encontrem seu lugar e um lugar na Comunidade, a partir da vivência do Batismo, proporcionando um ambiente que favoreça responder, como pessoa, criatura amada, a viver seu compromisso batismal onde estiver – “toda pessoa batizada é uma Missionária”. Deus, por meio do Espírito Santo, dá a cada ser humano os dons, isto é, um carisma particular para partilhar, para colocar a serviço da comunidade e tornar presente o “amor de Deus, derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos é dado” (cf Rom 5,5).
É o Batismo que nos une a Jesus Cristo, que também, batizado por João Batista, o amor Trinitário se manifestou e confirmou sua missão evangelizadora entre nós. Revela que o batismo de cada cristão é uma expressão do amor Trinitário, em que o Pai, por meio do Espírito Santo, anuncia aquele que é o Filho bem amado, testemunhando que a salvação é para todas os povos e para todos os tempos. Por isso, hoje, somos nós, como batizados pelo Espírito, que que somos filhos e filhas amados pelo Pai e testemunhar no mundo que a prática do da justiça e do amor se faz presente por meio de cada um de nós. A nossa fé, fortalecida pelo fogo abrasador do Espírito Santo, nos capacita para sermos testemunhas da luz de Cristo, que ilumina e clareia o caminho das pessoas da minha família, comunidade, paróquia, Diocese, enfim, de toda a Igreja. São Gregório de Nazianzeno proclamou: “Sede como luzes no mundo, diante da grande Luz, isto é, como uma força vivificante para os outros homens e mulheres”. É o Espírito Santo que nos anima, conduz e vivifica nosso compromisso com a vida. Alimenta sua vida, cada dia, na Luz do Espírito Santo, e testemunharás, que todos somos filhos e filhas amados do Pai, “que nos escolheu antes da fundação do mundo, para sermos semelhantes a Ele no amor” (cf Ef 1,4).
Na Diocese de Ponta Grossa, e em inúmeras Dioceses do Brasil afora, pessoas generosas colaboram, como missão evangelizadora, para que sempre mais pessoas, em diferentes idades, despertem e descubram sua tarefa e encontram-se como pessoas, dotadas de capacidades, dons que podem também ser colocados a serviço da Evangelização.
Jesus, o primeiro Evangelizador, enviado pelo Pai, pela força do Espírito Santo, conta hoje com nossas mãos para partilhar a sua vida, nossa boca para que o “Evangelho seja proclamado para todos os povos, até os confins da terra” (cf At 1,8), serve-se de nossos pés para levar uma palavra de esperança aos menos favorecidos e excluídos, usa de nossos ouvidos para “escutar o clamor dos oprimidos, descer, aproximar, solidarizar, libertar” (cf Ex 3,8).
Somos enviados, como Discípulos missionários de Jesus Cristo, para que n’Ele nossos povos tenham vida. “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida” (cf Jo 14,6). Por isso, caminhemos para o grande horizonte, pleno de proximidade com Jesus, na fidelidade a Ele e na vontade de servir nossos povos.
E você, o que pode fazer pelas vocações? Algo bem concreto, que está no seu alcance, é rezar pelas vocações, segundo o pedido de Jesus: “Pedi ao Senhor da messe para que envie operários para a sua messe. Pois a messe é grande e poucos os operários” (cf Mt 9,37-38). Convido você para ajuntar-se a nós, numa grande corrente de oração por todas as vocações. Uns anos atrás, a Diocese de Ponta Grossa, despertou todos os diocesanos a entrar na grande corrente de oração pelas vocações: “Ação evangelizadora dobrar os joelhos, renovar a vida”, sob a proteção de Nossa Senhora, Mãe da Divina Graça. Dom Sergio A. Brascki, Bispo de nossa Diocese, assim escreveu no livrinho do terço missionário: “Agora quero convidar você e sua família para rezarem o terço pelas vocações sacerdotais, religiosas e missionárias, pois precisamos muito de pessoas que se dediquem a Deus e à sua Igreja de coração aberto”. E muitas pessoas levaram muito a sério este compromisso, como uma ação evangelizadora, em favor das vocações. Que tal não interrompermos esta rede de oração! Na Revista CULTURA VOCACIONAL, do mês de outubro, fomos todos convidados para a continuidade da Oração do Terço. E com toda certeza, Jesus, o Pastor da Messe, continua ouvindo nossa súplica pelas vocações e, como resposta generosa de Deus, vai passar pelos nossos caminhos, pelas nossas famílias, pelas nossas escolas e continuar a lançar a semente do chamado no coração de muitas pessoas. Ajude a cultivar as vocações pela oração, pelo apoio. E Deus dará também a você a alegria de estar a serviço das vocações como discípulo missionário. Expressemos a alegria de sermos discípulos do Senhor e de termos sidos enviados com o tesouro do Evangelho. Ser cristão é um dom: Deus Pai nos abençoou em Jesus Cristo seu Filho, Salvador do mundo. “Eis que e estarei com vocês todos os dias, até o fim do mundo” (cf Mt 28,20).

* da congregação Servas do Espírito Santo. iriamwalter@yahoo.com.br

A Equipe Vocacional Paroquial (Pe Valdeslei Sviercoski*)

A Equipe Vocacional Paroquial (EVP)
Quando abrimos nossa visão e olhamos para frente sentimos necessidade de dar um novo sentido ao trabalho do SAV; não criar uma nova estrutura (o SAV não é uma nova Pastoral), mas olharmos diferente para o trabalho vocacional. Nesta segunda parte conheceremos a Equipe Vocacional Paroquial (EVP) que dinamiza na Paróquia as atividades do Serviço de Animação
Vocacional.
Na Igreja, todos são chamados a rezar e a trabalhar pelas vocações e a Pastoral Vocacional é que “acompanha cuidadosamente todos os que o Senhor chama a servir à Igreja no sacerdócio, na vida consagrada ou no estado leigo. “A Pastoral Vocacional, é responsabilidade de todo povo de Deus, começa na família e continua na comunidade cristã”. (Aparecida, 314)
Alguns, porém, são chamados de modo especial a trabalhar pelas vocações: são os animadores vocacionais (padres, consagrados e leigos) que, pelo mandato da Igreja desenvolvem um serviço mais direto de Animação Vocacional. O Serviço de Animação Vocacional exige um trabalho perseverante e organizado.
A equipe Vocacional cria e mantém viva em nossas paróquias um ambiente favorável à descoberta e ao cultivo dos germes da vocação além de “ajudar as crianças e os jovens a descobrir o sentido de sua vida e o projeto que Deus tem para cada um.”(Ibidem)
Os membros da Equipe Vocacional Paroquial podem ser escolhidos entre pessoas interessadas na animação vocacional. Nas comunidades onde não é possível constituir uma equipe, escolha-se um casal como animador vocacional, que pode se integrar no Conselho na Paróquia até que estes formem uma equipe, possivelmente com pessoas que ainda não estão envolvidas com alguma atividade na paróquia.
A Equipe Vocacional Paroquial é:
- Um grupo de pessoas que trabalham na comunidade eclesial;
- Em profunda sintonia com a Igreja particular (Diocese);
- Para auxiliar no surgimento, acompanhamento, facilitar a orientação das vocações:
- Leigas (no matrimônio); solteiro ou solteira, leigos consagrados; e vida de ministérios na Igreja;
- Ministério Ordenado (diácono, padre e bispo);
- Vida Consagrada (masculina e feminina);
- Missionária.
O que a EVP precisa saber sobre o SAV?
1. Na Bíblia a vocação é compreendida como missão. Por conseguinte, o Serviço de Animação Vocacional deve apresentar a vocação como a missão que Deus dá a cada um na Igreja;
2. O Serviço de Animação Vocacional deve levar a uma conscientização de que Deus é o sujeito da vocação e que ele chama todos a uma missão;
3. O agente do Serviço de Animação Vocacional deve ter consciência de que a vocação é um dom de Deus e agir em conseqüência;
4. O Serviço de Animação Vocacional deve levar os vocacionados a consciência de que a vocação não é para ele mas para a Igreja;
5. Deus dá a vocação através de mediações. Portanto, o Serviço de Animação Vocacional deve ajudar os vocacionados a tomarem conhecimento destas mediações (acontecimentos, fatos, pessoas...);
6. Deus dá a missão através das necessidades de seu povo. Por conseguinte, o Serviço de Animação Vocacional deve ajudar a olhar a realidade concreta para que todos possam descobrir o chamado de Deus para libertar e fazer comunhão;
7. O Serviço de Animação Vocacional deve despertar e animar ministérios nas comunidades conforme as suas necessidades;
8. O Serviço de Animação Vocacional deve ser abrangente suscitando engajamento a serviço da comunidade e da comunhão nela;
9. O Serviço de Animação Vocacional deve estar em comunhão com todas as pastorais. Movimentos, grupos, cultivando neles a dimensão vocacional;
10. O Serviço de Animação Vocacional deve interessar-se por todas as vocações mediante as quais a Igreja realiza sua missão de evangelizar.
Importante no Serviço de Animação Vocacional:
- Não vale hoje nem o recrutamento, nem a competitividade, nem a manipulação do candidato;
- A orientação vocacional só acontece mediante a presença, o contato, o encontro;
- Só quem vive os valores do reino pode chamar para seu serviço;
- Todos crescemos em nossa resposta, durante toda a vida.
Continua...

* coordenador do SAV Diocesano, assessor do SAV do Regional Sul II e reitor do Seminário Diocesano de Teologia
valdeslei@uol.com.br

A Igreja é fruto da experiência da acolhida do dom da Palavra (Pe. Clayton A. Delinski Ferreira*)

É deste princípio, contido na reflexão do Sínodo da Palavra, que desejo partir para a entendermos a articulação necessária que existe entre a Animação Bíblico-Catequética e o Serviço de Animação Vocacional.
O dinamismo da Revelação ensina que Deus ao comunicar-se aos homens não realiza um encadeamento de sílabas, nem formula um conjunto de verdades acerca de Si, mas, põe o homem em contato de uma Palavra que é sua Presença. A missão da Igreja é anunciar a Escritura, proporcionando o encontro com o Senhor que faz discípulos.
Fazer discípulo requer tempo de aprendizagem, experiência concreta, adesão a Jesus e à sua Comunidade. Neste processo a Catequese tem um papel preponderante, mas, a Animação Bíblico-catequética não é auto-suficiente, fechada em si mesma, ela se alicerça na fé e na vida da Comunidade; existe para servir a Igreja formando Comunidade em torno da Palavra revelada (DNC 113), tem como tarefa criar condições que permitam uma leitura autêntica e a compreensão das Escrituras para iluminar a vida, a fim de que a Palavra seja respondida.
A função da Catequese de anunciar a Palavra não é simplesmente informar ou veicular um conjunto de verdades; “a Palavra interpela, chama, evoca uma resposta concreta frente aos acontecimentos da vida, a fim de que a pessoa saiba ler a vontade de Deus para si”. (Sínodo dos Bispos Lineamenta 27)
Este é o ponto de confluência entre a animação Bíblico-catequética e o Serviço de Animação Vocacional. A Animação Vocacional tornará visível a dimensão vocacional da atividade catequética; orientará o cristão batizado que teve sua fé amadurecida pela ação catequética, para realizar sua opção cristã, ajudando-o a descobrir seu lugar, seu ministério na Igreja e sua missão na sociedade.
A catequese não é uma supérflua introdução na fé, um verniz ou um cursinho de admissão a Igreja; ela é um processo exigente, um itinerário prolongado de preparação compreensão vital e acolhimento dos segredos da fé revelados em Cristo para respondê-lo (DNC 37).
Neste espírito a Igreja convoca os fiéis para celebrar em 2009 o Ano Nacional de Catequese: um ano de catequese para os filhos da Igreja, com intuito de sermos interpelados pela Palavra e respondê-la. Na mesma dinâmica que aconteceu com os discípulos de Emaús; os quais foram orientados pela Palavra, alimentados pela Eucaristia e sentiram no coração a verdade que Deus diz, a Igreja deseja um re-encantamento que nos faça tomar a decisão de partir com o coração aquecido, para refazer o mesmo caminho, com novo olhar. Depois do anúncio catequético da Palavra o discípulo precisa respondê-la e compreender sua missão, descobrir que precisa voltar-se para a Comunidade com nova disposição de vida!
A dimensão Bíblico-Catequética, assim como o Serviço de Animação Vocacional, precisam estar presentes em todos os serviços pastorais como parte integrante da ação evangelizadora. Devem situar-se na Pastoral orgânica e de conjunto, a fim de contribuírem com o crescimento da Comunidade, porque cada serviço não forma um corpo, mas conforma um órgão dentro do único corpo que é a Igreja.
A Catequese ajudará a formar discípulos da Palavra e o Serviço de Animação Vocacional orientará o discípulo a respondê-la com um serviço ou ministério na Igreja.

* Coordenador Diocesano da Animação Bíblico-Catequética.
pe-clayton@yahoo.com.br

SAV e Vida Religiosa (Frei Wainer José de Queirós*)

O homem descobre Deus a cada dia e reconhece que é amado por Ele, sentindo seu coração ser preenchido por esse amor infinito. Diante de um amor tão grandioso brota o desejo de retribuir ao amor recebido de Deus. É dando sua resposta vocacional “sob a ação do Espírito Santo”. Então decide também amar.
A vocação do consagrado, isto é, dos religiosos e religiosas (da irmã, do irmão, do frei, da freira), nasce desse encontro com Deus e com Cristo. Cristo nos encanta de maneira tão profunda, que reconhecendo a grandeza e as maravilhas que Deus realiza em nós, não temos outra coisa a fazer senão aderir “só a Ele”. Penso que como o enamorado diz à amada, o consagrado diz ao Senhor: “você é minha vida”, o Senhor é nossa vida, ou como o salmista: “teu amor vale mais que a vida” (Sl 62). Aqui poderíamos lembrar a carta de Paulo aos Filipenses: “para mim, verdadeiramente, o viver é Cristo” (1, 21). O religioso, a religiosa (aquele que é consagrado a Deus), é chamado a configurar-se a Cristo, a realizar a exemplo de Cristo sua entrega total, sua doação amorosa. O configurar-se é a assimilação, a identificação vital a Cristo; imitar a Cristo de modo mais perfeito. E imitando a Cristo se dispõe a cumprir a vontade do Pai.
Quando abraçamos a vida religiosa, fazemos a nossa oferta total, ou seja, nos abandonamos nas mãos de Deus, “abandono ao Absoluto e abandono absoluto”. Através da fé nos confiamos a Deus e somos envolvidos por seu amor. O amor de Deus manifestado a nós nos ensina a purificar as nossas motivações não retas, não certas, para podermos nos dedicar totalmente ao que é agradável ao Senhor.
De forma simples viver a vida religiosa é viver só para Deus, servir a Deus, ter o coração voltado a Deus e desejar a honra e a glória de Deus e o bem dos irmãos.
E poderíamos nos perguntar: mas, o que tem a ver vida religiosa e SAV?
É muito simples, todos nós somos vocacionados, somos chamados a seguir Jesus Cristo de formas diferenciadas, e temos que fazer nossa opção vocacional, precisamos discernir. Ainda mais, depois de fazer nossa escolha, no caso de escolher vida religiosa, precisamos discernir a família religiosa (congregação) que iremos fazer parte: Franciscanos, Beneditinos, Dominicanos, Agostinianos... e diversas outras. Assim, o SAV nos ajuda a discernir nossa vocação, depois a escolher o seguimento que desejo e nós que já estamos na vida religiosa auxiliamos na formação da equipe do SAV e a outros vocacionados a fazerem sua escolha...
Entendemos que no seguimento de Jesus Cristo, ninguém caminha de forma isolada, “só, em seu canto”, caminhamos juntos com Cristo cumprindo a nossa missão fazendo a vontade de Deus.

* é Mestre de noviços da congregação dos Frades Menores Missionários
greniaw@hotmail.com