domingo, 7 de junho de 2009

Entrevista com o cardeal Claudio Hummes

No próximo dia 19 de junho, o Papa Bento XVI inaugurará na Basílica de São Pedro o Ano Sacerdotal, com o tema: “Fidelidade de Cristo, fidelidade do sacerdote”.
Entrevista com o cardeal Claudio Hummes, prefeito da Congregação para o Clero
Por Carmen Elena Villa
CIDADE DO VATICANO, quinta-feira, 4 de junho de 2009 (
ZENIT.org).- No próximo dia 19 de junho, o Papa Bento XVI inaugurará na Basílica de São Pedro o Ano Sacerdotal, com o tema: “Fidelidade de Cristo, fidelidade do sacerdote”.
Durante este ano, Bento XVI proclamará São João Maria Vianney como “padroeiro de todos os sacerdotes do mundo”. Igualmente, será publicado o “Diretório para os confessores e diretores espirituais”, assim como uma recopilação de textos do Papa sobre temas essenciais da vida e da missão sacerdotal na época atual.
Zenit conversou com o cardeal brasileiro Claudio Hummes, O.F.M., prefeito para a Congregação do Clero e bispo emérito de São Paulo, que apresenta este ano como “propositivo” e como uma oportunidade para que os sacerdotes recordem que “a Igreja os ama, que se preocupa com eles”.
– Qual é o principal objetivo do ano sacerdotal?
– Cardeal Hummes: Em primeiro lugar, a circunstância. Será um ano jubilar pelos 150 anos da morte de São João Maria Vianney, mais conhecido como o Santo Cura de Ars. Esta é a oportunidade, mas o motivo fundamental é que o Papa quer dar aos sacerdotes uma importância especial e dizer quanto os ama, quanto os quer ajudar a viver com alegria e com fervor sua vocação e missão.
Esta iniciativa do Papa acontece em um momento de grande expansão de uma nova cultura: hoje domina a cultura pós-moderna, relativista, urbana, pluralista, secularizada, laicista, na qual os sacerdotes devem viver sua vocação e sua missão.
O desafio é entender como ser sacerdote neste novo tempo, não para condenar o mundo, mas para salvar o mundo, como Jesus, que não veio para condená-lo mas para salvá-lo.
O sacerdote deve fazer isso de coração, com muita abertura, sem “demonizar” a sociedade. Deve estar integrado nela com a alegria missionária de querer levar as pessoas desta sociedade a Jesus Cristo.
É necessário dar uma oportunidade para que todos orem com os sacerdotes e pelos sacerdotes, convocar os sacerdotes a orar, fazê-lo da melhor maneira possível na sociedade atual e também, eventualmente, tomar iniciativas para que os sacerdotes tenham melhores condições para viver sua vocação e a missão.
É um ano positivo e propositivo. Não se trata, em primeiro lugar, de corrigir os sacerdotes. Há problemas que sempre devem ser corrigidos e a Igreja não pode fechar os olhos, mas sabemos que a grande maioria dos sacerdotes tem uma grande dignidade e adere ao seu ministério e à sua vocação. Dão sua vida por esta vocação que aceitaram livremente.
Lamentavelmente, existem os problemas dos quais nos inteiramos nos últimos anos relativos à pedofilia e outros delitos sexuais graves, mas, como máximo, talvez podem chegar a 4% do clero. A Igreja quer dizer aos 96% restantes que estamos orgulhosos deles, que são homens de Deus e que queremos ajudá-los e reconhecer tudo o que fazem como testemunho de vida.
É também um momento oportuno para intensificar e aprofundar a questão de como ser sacerdotes neste mundo que muda e que Deus colocou diante de nós para ser salvo.
– Por que o Papa apresentou São João Maria Vianney como modelo para os sacerdotes?
– Cardeal Hummes: Porque há muito tempo é o padroeiro dos párocos. Faz parte do mundo do presbítero. Queremos também estimular várias nações e conferências episcopais ou igrejas locais para que escolham algum sacerdote exemplar de sua área, apresentá-lo ao mundo e aos jovens. Homens e sacerdotes que sejam verdadeiramente modelos, que possam inspirar e possam renovar a convicção do grande valor e da importância do ministério sacerdotal.
– Para o senhor, como sacerdote, qual é o aspecto mais belo de sua vocação?
– Cardeal Hummes: Esta pergunta me faz recordar um fato de São Francisco de Assis: Ele disse uma vez: “Se me encontrasse pelo caminho com um sacerdote e um anjo, saudaria primeiro o sacerdote e depois o anjo. Por quê? Porque o sacerdote é quem nos dá Cristo na Eucaristia”. Isto é o mais fundamental e maravilhoso: o sacerdote tem o dom e a graça de Deus para ser ministro deste grande mistério da Eucaristia.
O sacerdócio foi instituído por Jesus Cristo na Última Ceia. Quando disse “Fazei isto em memória de mim”, deu aos apóstolos este mandamento e também o poder de fazer isto, de fazer o mesmo que Jesus fez na última ceia. E estes apóstolos transmitiram, por sua vez, este ministério e este poder divino aos homens que são bispos e sacerdotes.
Isto é o mais importante e o centro. A Eucaristia é o centro da Igreja. O Papa João Paulo II disse que a Igreja vive da Eucaristia. O sacerdote é o ministro deste grande sacramento, que é o memorial da morte de Jesus.
E depois temos também o sacramento da Reconciliação. Jesus disse: “A quem perdoardes os pecados, eles lhes serão perdoados” (Jo 20, 23). Veio para reconciliar o mundo com Deus e os seres humanos entre eles. Deu o Espírito Santo aos apóstolos, soprando sobre eles.
Ele deu aos apóstolos, em nome de Deus e seu, aquilo que havia adquirido com seu sangue e com sua vida na Cruz, transformando a violência em um ato de amor para o perdão dos pecados. E disse aos apóstolos que serão os ministros deste perdão. Isto é fundamental para todos. Cada um quer ser perdoado de seus pecados, estar em paz com Deus e com os demais. O mistério da reconciliação é muito importante na vida do sacerdote.
Há outras muitas ações, como a evangelização, o anúncio da pessoa de Jesus Cristo morto e ressuscitado, de seu reino. O mundo tem direito de saber e conhecer Jesus Cristo e tudo o que significa seu Reino. Este é um ministério específico também do sacerdote, que compartilha com os bispos e com os leigos, que fazem o anúncio da Palavra e devem levar as pessoas a um encontro intenso e pessoal com Jesus Cristo.
– Como o senhor acha acha que deve ser a formação de um seminarista nos âmbitos pessoal, espiritual, intelectual e litúrgico? Que aspectos acha que não podem faltar?
– Cardeal Hummes: A Igreja fala de quatro dimensões que devem ser cultivadas com os candidatos.
Em primeiro lugar, a dimensão humana, a afetiva – toda questão de sua pessoa –, sua natureza, sua dignidade e uma maturidade afetiva normal. Isso é importante, porque é a base.
Depois está a dimensão espiritual. Hoje nos encontramos diante de uma cultura que já não é nem cristã nem religiosa. Portanto, é ainda mais necessário desenvolver bem a espiritualidade nos candidatos.
Existe também a dimensão intelectual. É necessário estudar filosofia e teologia para que os sacerdotes sejam capazes de falar e de anunciar Jesus Cristo e sua mensagem hoje, de modo que se evidencie toda a riqueza do diálogo entre a fé e a razão humana. Deus é o Logos de tudo e Jesus Cristo é sua explicação.
Depois, obviamente, está a dimensão de apostolado, ou seja, deve-se preparar estes candidatos para ser pastores no mundo de hoje. Neste âmbito pastoral, hoje é muito importante a identidade missionária. Os sacerdotes devem ter não só uma preparação, mas também um estímulo forte para não limitar-se só a receber e oferecer o serviço àqueles que vem para vê-los, mas também para sair em busca das pessoas que não vão à Igreja, sobretudo daqueles batizados que se afastaram porque não foram suficientemente evangelizados, e que têm o direito de sê-lo, porque prometemos levar Jesus Cristo, educar na fé.
Isso muitas vezes não se fez ou se fez muito pouco. O sacerdote deve ir em missão e preparar sua comunidade para que vá anunciar Jesus Cristo às pessoas, ao menos àqueles que estão no território de sua paróquia, mas também mais além desta.
Hoje, esta dimensão missionária é muito importante. O discípulo se converte em missionário com sua adesão entusiasta, alegre a Cristo, capaz de revestir d’Ele incondicionalmente toda sua vida. Devemos ser como os discípulos: fervorosos, missionários, alegres. Nisto consiste a chave, o segredo.
– Que atividades especiais vão realizar neste ano, tanto para os jovens como para os próprios sacerdotes?
– Cardeal Hummes:
Haverá iniciativas no âmbito da Igreja universal, mas o ano do sacerdote deve ser celebrado também a nível local. Ou seja, nas igrejas locais, nas dioceses e nas paróquias, porque os sacerdotes são os ministros do povo e devem incluir as comunidades.
As dioceses devem impulsionar iniciativas tanto de aprofundamento como de celebração, para levar aos sacerdotes a mensagem de que a Igreja os ama, respeita, admira e se sente orgulhosa deles.
O Papa abrirá o Ano Sacerdotal em 19 de junho, na festa do Sagrado Coração de Jesus, porque é a Jornada Mundial de Oração pela Santificação dos Sacerdotes. Haverá vésperas solenes celebradas na basílica vaticana, estará presente a relíquia do Cura d’Ars. Seu coração estará na Basílica como sinal da importância que o Papa quer dar aos sacerdotes. Esperamos que muitos sacerdotes estejam presentes.
O encerramento acontecerá um ano depois. Ainda está por definir-se a data exata do grande encontro do Papa com os sacerdotes, ao qual estão convidadas todas as dioceses. Haverá outras muitas iniciativas. Estamos pensando também em realizar um congresso teológico internacional nos dias precedentes ao encerramento. Também haverá exercícios espirituais. Esperamos também poder envolver as universidades católicas, para que possam aprofundar no sentido do sacerdócio, na teologia do sacerdócio e em todos os temas que são importantes para os sacerdotes.
– O senhor poderia falar-nos agora dos desafios que um sacerdote enfrenta nesta sociedade tão antirreligiosa? Como crê que pode permanecer fiel a sua vocação?
– Cardeal Hummes:
Em primeiro lugar, a Igreja, através de seus seminários e formadores, deve fazer uma seleção muito rigorosa dos candidatos. Depois, é necessário ter uma boa formação, fundamentalmente na dimensão humana, intelectual, espiritual, pastoral e missionária. É fundamental recordar que o sacerdote é discípulo de Jesus Cristo e estar seguro de que tenha tido este encontro pessoal e comunitário intenso com Jesus Cristo, tenha lhe dado sua adesão. Cada missa pode ser um momento muito forte para este encontro. Mas também a leitura da Palavra de Deus.
Como dizia João Paulo II, há muitas oportunidades para testemunhar o encontro com Jesus Cristo. É fundamental ser um missionário capaz de renovar este zelo sacerdotal, de sentir-se alegre e convencido de sua missão e de conscientizar-se de que isso tem um sentido fundamental para a Igreja e para o mundo.
Sempre digo que os sacerdotes não são importantes só pelo aspecto religioso dentro da Igreja. Desempenham também um grandioso trabalho na sociedade, porque promovem os grandes valores humanos, estão muito perto dos pobres com a solidariedade, a atenção pelos direitos humanos. Creio que devemos ajudá-los para que vivam esta vocação com alegria, com muita lucidez e também com coração, para que sejam felizes, dado que se pode ser feliz no sacrifício e no cansaço.
Ser feliz não está em contradição com o sofrimento. Jesus não era infeliz na cruz. Sofria tremendamente, mas estava feliz, porque sabia que o fazia por amor e que isto tinha um sentido fundamental para a salvação do mundo. Era um gesto de fidelidade a seu Pai.
– Que outros santos o senhor acha acha que podem ser modelos para o sacerdote de hoje?
– Cardeal Hummes:
Obviamente, o grande ideal é sempre Jesus Cristo, o Bom Pastor. No caso dos apóstolos, sobretudo São Paulo. Celebramos o Ano Paulino. Vê-se que ele era uma figura realmente impressionante e que pode ser sempre uma grande inspiração para os sacerdotes, sobretudo em uma sociedade que já não é cristã.
Cruzou as fronteiras de Israel para ser apóstolo dos gentios, dos pagãos. Em um mundo que está se afastando tanto de qualquer manifestação religiosa, seu exemplo é fundamental. São Paulo tinha esta consciência muito forte: Jesus veio para salvar, não para condenar. É a mesma consciência que devemos ter nós diante do mundo de hoje.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Material para o mês vocacional






Fruto de nossa oração

Olá querida amiga zeladora de capelinha.
É com muita alegria que neste mês venho contar para você, neste jornalzinho, um pouco da minha história vocacional. Eu me chamo João Paulo da Silva, sou seminarista diocesano e estou cursando o primeiro ano de Teologia.
Deus, no seu infinito amor, me olhou e me chamou para conhecer melhor a Ele quando eu tinha ainda sete anos. E me chamou através de uma catequista: minha vizinha Matilde. A minha família não tinha muito o costume de ir à Igreja. Lembro-me que, certo dia, essa catequista pediu permissão à minha avó para me levar à Igreja junto com ela. Minha avó deixou e, a partir de então, todo sábado eu acompanhava a Matilde. Enquanto ela dava catequese eu ficava ali, esperando, na sala e quando terminava o encontro, íamos todos à missa das crianças. Na missa, ela fazia questão que eu acompanhasse as leituras do folheto, e também me incentivava a cantar. Depois de algum tempo, minha família se mudou de perto da Matilde, e eu já não ia mais à Igreja. Contudo, não demorou muito para que eu sentisse saudade da Igreja. Foi quando resolvi voltar, agora sozinho, não mais incentivado pela Matilde.
Foi então que eu me engajei pra valer! Terminei a catequese, tornei-me catequista e passei a fazer parte da equipe de música, do grupo de jovens etc. E assim, sentia que meu coração desejava se entregar cada vez mais a Deus. Então decidi fazer uma experiência no seminário para ver se o sacerdócio era minha vocação. Ingressei na Congregação dos Frades Menores Missionários no ano de 2001. Depois de três anos nesta congregação, percebi que não estava conseguindo corresponder ao carisma da congregação, e deixei o convento. Foi então que no ano de 2005, convidado e motivado pelo padre José Lauro, ingressei no Seminário Diocesano Mãe da Divina Graça, em Carambeí. Hoje, após oito anos, percebo que toda a minha história vocacional foi conduzida por Deus, que sempre soube contar com o apoio de pessoas próximas a mim. Deus chama. E chama através de pessoas que tem uma amizade profunda com Ele, a ponto de transmitir essa presença aos outros. A catequista Matilde foi este canal que Deus usou para me chamar a ser Cristão. Obrigado Senhor! Obrigado Matilde!
Querida zeladora de capelinha; Deus quer usar você também para chamar muitas outras pessoas para a Igreja. Será que você vai ter coragem de se colocar como instrumento nas mãos D’Ele?
Um grande abraço a todas.

Sem. João Paulo da Silva
E-mail: joaopauloxxi@hotmail.com

O Sagrado Coração de Jesus

No centro do mistério do mundo está Jesus Cristo e no centro Mistério de Cristo está a Sua Paixão, Morte e Ressurreição. E no centro disto está o Amor de Seu Coração. Desta forma podemos afirmar, sem medo, que a Festa do Sagrado Coração de Jesus nos conduz a essência do Cristianismo: Cristo, Filho de Deus e Salvador do mundo que amou até as últimas conseqüências, entregando-se para a nossa Redenção na Cruz. Há maior prova de Amor? Amor assim só pode brotar do coração.
O coração é centro vivo de onde germinam todas as decisões. O coração é o símbolo da profundidade e autenticidade dos sentimentos e palavras, portanto, da sua fonte profunda que é o Amor. Cristo, homem perfeito, amou como nenhum outro homem e na “sua escola da vida” nós aprendemos amar com dimensões completamente novas e com convicção, de forma tenra e dedicada. Mas é necessário estar ciente que o Amor se torna verdadeiro quando passa pela dimensão da Morte, mas não se trata de morrer na Cruz como Cristo, mas de morrermos para nossos desejos e vontades, pois para amar o próximo e a Deus se faz necessário um despojamento de si e uma doação plena ao outro. “Eu vos dou um novo mandamento: amai-vos uns aos outros. Como eu vos amei, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros. Nisto conhecerão todos que sois os meus discípulos: se vos amardes uns aos outros” (Jo 13,34-35).
Trata-se de uma morte de despojamento, de renúncia, perda e esquecimento de si. Cristo tomou o sofrimento e a dor sobre Si e a transformou em vida, através de Sua Paixão. “O Amor vem de Deus e todo aquele que ama nasceu de Deus e conhece Deus. Quem não ama, não chegou a conhecer a Deus, pois Deus é Amor... . Se nos amamos uns aos outros, Deus permanece conosco e Seu Amor é plenamente realizado entre nós... . Deus é Amor: quem permanece no Amor, permanece com Deus e Deus permanece com ele” (1Jo 4,7ss). Porém, podemos nos perguntar: como realizar isto? E o próprio Cristo nos dá a receita: “... aprendei de Mim, porque Sou manso e humilde de coração” (Mt 11,29). O Cristianismo tem seu núcleo no Amor de Cristo para com a humanidade, ou seja, o Cristianismo é um Mistério de Amor. Ser cristão é acreditar no Amor de Deus por nós e difundi-Lo, através do testemunho de vida, pois o desejo mais profundo do ser humano é amar e ser amado.


Sem. Martinho Hartmann
E-mail: mlhartmann@terra.com.br

Vida de Crismados

Ungidos no Sacramento da Confirmação, os cristãos “são vinculados mais perfeitamente à Igreja, enriquecidos de força especial do Espírito Santo”, e assim tornam-se “verdadeiras testemunhas de Cristo” (CIC, n. 1285). Aliás, o “selo do Espírito Santo marca a pertença total a Cristo, o colocar-se a seu serviço, para sempre...” (CIC, n. 1296).
E tantas pessoas do nosso tempo têm alegria em comunicar aos outros a experiência profunda que fizeram do Senhor. Vivem a profundidade do mistério celebrado na Crisma. Fico impressionado com o testemunho de uma senhora da comunidade onde moro. Ela não tem preguiça de ir ao encontro dos outros, é sempre disponível para ajudar, preocupada em revelar o rosto de Jesus, muito mais pelo testemunho do que pelas palavras. Olhando para esta senhora, frágil e feliz, podemos concluir como é verdadeiro o que diz o Documento de Aparecida:
“Quando cresce no cristão a consciência de pertencer a Cristo, em razão da gratuidade e alegria que produz, cresce também o ímpeto de comunicar a todos o dom desse encontro. A missão não se limita a um programa ou projeto, mas é compartilhar a experiência do acontecimento do encontro com Cristo, testemunhá-lo e anunciá-lo de pessoa a pessoa, de comunidade a comunidade e da Igreja a todos os confins do mundo (cf At 1,8).” (DA, n. 145).
Percebemos assim que Deus, pelo Sacramento da Confirmação, nos dá a graça para partilhar e tornar concreto o Dom recebido, a graça de sermos cristãos. Esta vida de verdadeiros cristãos, vida espiritual, também percebida no testemunho de tantas pessoas, comporta três elementos essenciais:
- empenho no viver bem o presente. Viver o agora com intensidade, com empenho, com esforço. Aliás, o agora é o único tempo que temos à disposição.
- interiorização(entrar dentro de si), oração e silêncio. É uma necessidade sempre atual. No interior de nós mesmos, encontramos o próprio Deus. Este é o segredo de uma vida equilibrada.
- serviço. A espiritualidade comporta o sair de si. Não há como ficar parado depois de um encontro com Deus e quando se está cheio do Espírito. O Espírito nos move para a ação concreta, para o compromisso evangelizador e social.
A crisma, sacramento da maturidade, nos capacita para uma vida comprometida e nos dá as condições necessárias para viver melhor e para levar ao mundo o Dom acolhido.
Somos desafiados a viver intensamente a graça de sermos cristãos, participando da vida e da missão de Jesus. As pessoas do nosso tempo esperam por testemunhas da verdadeira santidade de Deus. Façamos a nossa parte!

Para Refletir e Partilhar:
1. Como você tem vivido seu compromisso de crismado?
2. O que você pode fazer para que mais pessoas conheçam e sigam Jesus Cristo?
3. Conheço pessoas que são verdadeiras testemunhas do Cristo no meio do mundo?

Pe. Evandro Luis Braun
E-mail: evandrobraun@bol.com.br

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Um ano na Igreja para redescobrir a beleza do sacerdócio

O cardeal Hummes explica a iniciativa do Papa para recuperar o orgulho sacerdotal
CIDADE DO VATICANO, terça-feira, 26 de maio de 2009 (ZENIT.org).-
Em meio aos escândalos de sacerdotes que inquietaram a opinião pública nos últimos tempos, Bento XVI convoca um “ano sacerdotal” para mostrar que as falhas destes não são representativas da grande maioria do clero.
Assim explica o prefeito da Congregação Vaticana para o Clero, cardeal Cláudio Hummes, em uma carta enviada por ocasião do ano sacerdotal, convocado por Bento XVI a partir de 19 de junho, por ocasião do 150º aniversário da morte de São João Maria Batista Vianney, o Santo Cura de Ars.
Segundo esclarece o purpurado brasileiro, será “um ano positivo e propositivo, no qual a Igreja quer dizer, sobretudo aos sacerdotes, mas também a todos os cristãos, à sociedade mundial, mediante os meios de comunicação globais, que está orgulhosa de seus sacerdotes, que os ama e os venera, que os admira e que reconhece com gratidão seu trabalho pastoral e seu testemunho de vida”.
O cardeal Hummes reconhece que “é verdade que alguns foram vistos envolvidos em graves problemas e situações delicadas. (...) Obviamente, é necessário continuar a investigação, julgar-lhes devidamente e infligir-lhes a pena merecida”, declara.
Contudo, acrescenta, “estes casos são uma porcentagem muito pequena em comparação com o número total do clero”.
“Na sua imensa maioria, os sacerdotes são pessoas muito dignas, dedicadas ao ministério, homens de oração e de caridade pastoral, que investem toda a sua vida na realização de sua vocação e missão, muitas vezes com grandes sacrifícios pessoais, mas sempre com amor autêntico a Jesus Cristo, à Igreja e ao povo, solidários com os pobres e os que sofrem.”
“Por isso, a Igreja está orgulhosa de seus sacerdotes em todo o mundo”, sublinha a carta do cardeal.
O Ano Sacerdotal começará em 19 de junho, solenidade do Sagrado Coração de Jesus, com a celebração das Vésperas, presidida pelo Papa, diante das relíquias de São João Maria Vianney, levadas a Roma pelo bispo de Belley-Ars.
Ao anunciar este ano, em 16 de março passado, Bento XVI explicou que com isso pretende “favorecer esta tensão dos sacerdotes pela perfeição espiritual, da qual depende, sobretudo, a eficácia do ministério”.
Por este motivo, o cardeal Hummes considera que deve ser, antes de tudo, “um ano de oração dos sacerdotes, com eles e por eles, um ano de renovação da espiritualidade do presbitério e de cada presbítero”.
Por outro lado, o purpurado considera que este ano deve dar a oportunidade para examinar “as condições concretas e a sustentação material em que vivem nossos sacerdotes, às vezes submetidos a situações de dura pobreza. Ao mesmo tempo, um ano de celebrações religiosas e públicas, que levem o povo, as comunidades católicas locais, a rezar, a meditar, a festejar e a prestar uma justa homenagem aos seus sacerdotes”.
Com criatividade, o cardeal pede que em cada conferência episcopal, em cada diocese ou paróquia ou em cada comunidade eclesial “se estabeleça o mais breve possível um verdadeiro e próprio programa para este ano especial”.