quarta-feira, 7 de maio de 2008

Novo Milênio (Padre Evandro)

O Amor e a Dor
Deus, para nós, é uma realidade. Nós o amamos, por Ele vivemos, por Ele trabalhamos na comunidade. Nele encontramos a segurança e as razões para continuarmos nossa caminhada. O nosso Deus “não é um deus qualquer, mas aquele Deus que possui um rosto humano e que nos amou até o fim: cada indivíduo e a humanidade nos eu conjunto” (Spe Salvi, n. 31). Sim, este é o nosso Deus que nos chama e nos dá a graça de, também nós, fazermos o que ele fez.
Nós não fazemos as coisas só porque elas devem ser feitas. Nós não vamos ao encontro dos outros sem nenhuma razão. Nós não caminhamos sem destino. Deus é uma certeza para nós. E nele encontramos todas as razões para servir, amar e seguir adiante.
Mas nossa vida apresenta tantas surpresas. Aparecem os problemas, as doenças, tantas vezes o cansaço e até o desânimo. A cruz é uma realidade para nós! E na hora da cruz tantas vezes nos sentimos sozinhos. Nesta hora é preciso recordar o que tão oportunamente escreveu o papa Bento XVI:
“Quando já ninguém mais me escuta, Deus ainda me ouve. Quando já não posso falar com ninguém, nem invocar mais ninguém, a Deus sempre posso falar. Se não há mais ninguém que me possa ajudar – por tratar-se de uma necessidade ou de uma expectativa que supera a capacidade humana de esperar – ele pode ajudar-me. Se me encontro confinado numa extrema solidão... o orante jamais está totalmente só” (Spe Salvi, n. 32).
O Deus que nos ama, e pelo qual entregamos a vida, nos acompanha sempre. Ele não nos abandona, embora nem sempre saibamos enxergá-lo. Ele caminha conosco, embora tantas vezes pensamos peregrinar sozinhos.
Duas pessoas me impressionaram pelo seu testemunho de fé. As duas passaram por momentos difíceis de doença e cirurgia. Mas, ambas tiveram a certeza de que não estavam sozinhas. Era claro para elas a presença de Deus. Assim, mesmo a dor e a angústia se transformaram em fonte de salvação, junto com a dor de Jesus.
Diante destas pessoas pude comprovar como são verdadeiras estas palavras: “Não é o evitar o sofrimento, a fuga diante da dor, que cura o homem, mas a capacidade de aceitar a tribulação e nela amadurecer, de encontrar o sentido através da união com Cristo que sofreu com infinito amor” (Spe Salvi, n. 37).
Deus é amor! A dor faz para da vida humana! Não estamos sozinhos em nossas lutas! Estas são certezas na vida de um cristão.
Que a Mãe de Deus, neste mês a ela dedicado, nos ajude a ser de Deus!
Para refletir:
1. Qual é o convite que Deus faz a você a partir do texto?
2. Em que momentos você percebeu na sua vida a presença e o amor de Deus?
3. É possível permanecer firme na hora do sofrimento e da dor? Como?
(Pe. Evandro L. Braun / evandrobraun@bol.com.br)

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