domingo, 7 de junho de 2009

Entrevista com o cardeal Claudio Hummes

No próximo dia 19 de junho, o Papa Bento XVI inaugurará na Basílica de São Pedro o Ano Sacerdotal, com o tema: “Fidelidade de Cristo, fidelidade do sacerdote”.
Entrevista com o cardeal Claudio Hummes, prefeito da Congregação para o Clero
Por Carmen Elena Villa
CIDADE DO VATICANO, quinta-feira, 4 de junho de 2009 (
ZENIT.org).- No próximo dia 19 de junho, o Papa Bento XVI inaugurará na Basílica de São Pedro o Ano Sacerdotal, com o tema: “Fidelidade de Cristo, fidelidade do sacerdote”.
Durante este ano, Bento XVI proclamará São João Maria Vianney como “padroeiro de todos os sacerdotes do mundo”. Igualmente, será publicado o “Diretório para os confessores e diretores espirituais”, assim como uma recopilação de textos do Papa sobre temas essenciais da vida e da missão sacerdotal na época atual.
Zenit conversou com o cardeal brasileiro Claudio Hummes, O.F.M., prefeito para a Congregação do Clero e bispo emérito de São Paulo, que apresenta este ano como “propositivo” e como uma oportunidade para que os sacerdotes recordem que “a Igreja os ama, que se preocupa com eles”.
– Qual é o principal objetivo do ano sacerdotal?
– Cardeal Hummes: Em primeiro lugar, a circunstância. Será um ano jubilar pelos 150 anos da morte de São João Maria Vianney, mais conhecido como o Santo Cura de Ars. Esta é a oportunidade, mas o motivo fundamental é que o Papa quer dar aos sacerdotes uma importância especial e dizer quanto os ama, quanto os quer ajudar a viver com alegria e com fervor sua vocação e missão.
Esta iniciativa do Papa acontece em um momento de grande expansão de uma nova cultura: hoje domina a cultura pós-moderna, relativista, urbana, pluralista, secularizada, laicista, na qual os sacerdotes devem viver sua vocação e sua missão.
O desafio é entender como ser sacerdote neste novo tempo, não para condenar o mundo, mas para salvar o mundo, como Jesus, que não veio para condená-lo mas para salvá-lo.
O sacerdote deve fazer isso de coração, com muita abertura, sem “demonizar” a sociedade. Deve estar integrado nela com a alegria missionária de querer levar as pessoas desta sociedade a Jesus Cristo.
É necessário dar uma oportunidade para que todos orem com os sacerdotes e pelos sacerdotes, convocar os sacerdotes a orar, fazê-lo da melhor maneira possível na sociedade atual e também, eventualmente, tomar iniciativas para que os sacerdotes tenham melhores condições para viver sua vocação e a missão.
É um ano positivo e propositivo. Não se trata, em primeiro lugar, de corrigir os sacerdotes. Há problemas que sempre devem ser corrigidos e a Igreja não pode fechar os olhos, mas sabemos que a grande maioria dos sacerdotes tem uma grande dignidade e adere ao seu ministério e à sua vocação. Dão sua vida por esta vocação que aceitaram livremente.
Lamentavelmente, existem os problemas dos quais nos inteiramos nos últimos anos relativos à pedofilia e outros delitos sexuais graves, mas, como máximo, talvez podem chegar a 4% do clero. A Igreja quer dizer aos 96% restantes que estamos orgulhosos deles, que são homens de Deus e que queremos ajudá-los e reconhecer tudo o que fazem como testemunho de vida.
É também um momento oportuno para intensificar e aprofundar a questão de como ser sacerdotes neste mundo que muda e que Deus colocou diante de nós para ser salvo.
– Por que o Papa apresentou São João Maria Vianney como modelo para os sacerdotes?
– Cardeal Hummes: Porque há muito tempo é o padroeiro dos párocos. Faz parte do mundo do presbítero. Queremos também estimular várias nações e conferências episcopais ou igrejas locais para que escolham algum sacerdote exemplar de sua área, apresentá-lo ao mundo e aos jovens. Homens e sacerdotes que sejam verdadeiramente modelos, que possam inspirar e possam renovar a convicção do grande valor e da importância do ministério sacerdotal.
– Para o senhor, como sacerdote, qual é o aspecto mais belo de sua vocação?
– Cardeal Hummes: Esta pergunta me faz recordar um fato de São Francisco de Assis: Ele disse uma vez: “Se me encontrasse pelo caminho com um sacerdote e um anjo, saudaria primeiro o sacerdote e depois o anjo. Por quê? Porque o sacerdote é quem nos dá Cristo na Eucaristia”. Isto é o mais fundamental e maravilhoso: o sacerdote tem o dom e a graça de Deus para ser ministro deste grande mistério da Eucaristia.
O sacerdócio foi instituído por Jesus Cristo na Última Ceia. Quando disse “Fazei isto em memória de mim”, deu aos apóstolos este mandamento e também o poder de fazer isto, de fazer o mesmo que Jesus fez na última ceia. E estes apóstolos transmitiram, por sua vez, este ministério e este poder divino aos homens que são bispos e sacerdotes.
Isto é o mais importante e o centro. A Eucaristia é o centro da Igreja. O Papa João Paulo II disse que a Igreja vive da Eucaristia. O sacerdote é o ministro deste grande sacramento, que é o memorial da morte de Jesus.
E depois temos também o sacramento da Reconciliação. Jesus disse: “A quem perdoardes os pecados, eles lhes serão perdoados” (Jo 20, 23). Veio para reconciliar o mundo com Deus e os seres humanos entre eles. Deu o Espírito Santo aos apóstolos, soprando sobre eles.
Ele deu aos apóstolos, em nome de Deus e seu, aquilo que havia adquirido com seu sangue e com sua vida na Cruz, transformando a violência em um ato de amor para o perdão dos pecados. E disse aos apóstolos que serão os ministros deste perdão. Isto é fundamental para todos. Cada um quer ser perdoado de seus pecados, estar em paz com Deus e com os demais. O mistério da reconciliação é muito importante na vida do sacerdote.
Há outras muitas ações, como a evangelização, o anúncio da pessoa de Jesus Cristo morto e ressuscitado, de seu reino. O mundo tem direito de saber e conhecer Jesus Cristo e tudo o que significa seu Reino. Este é um ministério específico também do sacerdote, que compartilha com os bispos e com os leigos, que fazem o anúncio da Palavra e devem levar as pessoas a um encontro intenso e pessoal com Jesus Cristo.
– Como o senhor acha acha que deve ser a formação de um seminarista nos âmbitos pessoal, espiritual, intelectual e litúrgico? Que aspectos acha que não podem faltar?
– Cardeal Hummes: A Igreja fala de quatro dimensões que devem ser cultivadas com os candidatos.
Em primeiro lugar, a dimensão humana, a afetiva – toda questão de sua pessoa –, sua natureza, sua dignidade e uma maturidade afetiva normal. Isso é importante, porque é a base.
Depois está a dimensão espiritual. Hoje nos encontramos diante de uma cultura que já não é nem cristã nem religiosa. Portanto, é ainda mais necessário desenvolver bem a espiritualidade nos candidatos.
Existe também a dimensão intelectual. É necessário estudar filosofia e teologia para que os sacerdotes sejam capazes de falar e de anunciar Jesus Cristo e sua mensagem hoje, de modo que se evidencie toda a riqueza do diálogo entre a fé e a razão humana. Deus é o Logos de tudo e Jesus Cristo é sua explicação.
Depois, obviamente, está a dimensão de apostolado, ou seja, deve-se preparar estes candidatos para ser pastores no mundo de hoje. Neste âmbito pastoral, hoje é muito importante a identidade missionária. Os sacerdotes devem ter não só uma preparação, mas também um estímulo forte para não limitar-se só a receber e oferecer o serviço àqueles que vem para vê-los, mas também para sair em busca das pessoas que não vão à Igreja, sobretudo daqueles batizados que se afastaram porque não foram suficientemente evangelizados, e que têm o direito de sê-lo, porque prometemos levar Jesus Cristo, educar na fé.
Isso muitas vezes não se fez ou se fez muito pouco. O sacerdote deve ir em missão e preparar sua comunidade para que vá anunciar Jesus Cristo às pessoas, ao menos àqueles que estão no território de sua paróquia, mas também mais além desta.
Hoje, esta dimensão missionária é muito importante. O discípulo se converte em missionário com sua adesão entusiasta, alegre a Cristo, capaz de revestir d’Ele incondicionalmente toda sua vida. Devemos ser como os discípulos: fervorosos, missionários, alegres. Nisto consiste a chave, o segredo.
– Que atividades especiais vão realizar neste ano, tanto para os jovens como para os próprios sacerdotes?
– Cardeal Hummes:
Haverá iniciativas no âmbito da Igreja universal, mas o ano do sacerdote deve ser celebrado também a nível local. Ou seja, nas igrejas locais, nas dioceses e nas paróquias, porque os sacerdotes são os ministros do povo e devem incluir as comunidades.
As dioceses devem impulsionar iniciativas tanto de aprofundamento como de celebração, para levar aos sacerdotes a mensagem de que a Igreja os ama, respeita, admira e se sente orgulhosa deles.
O Papa abrirá o Ano Sacerdotal em 19 de junho, na festa do Sagrado Coração de Jesus, porque é a Jornada Mundial de Oração pela Santificação dos Sacerdotes. Haverá vésperas solenes celebradas na basílica vaticana, estará presente a relíquia do Cura d’Ars. Seu coração estará na Basílica como sinal da importância que o Papa quer dar aos sacerdotes. Esperamos que muitos sacerdotes estejam presentes.
O encerramento acontecerá um ano depois. Ainda está por definir-se a data exata do grande encontro do Papa com os sacerdotes, ao qual estão convidadas todas as dioceses. Haverá outras muitas iniciativas. Estamos pensando também em realizar um congresso teológico internacional nos dias precedentes ao encerramento. Também haverá exercícios espirituais. Esperamos também poder envolver as universidades católicas, para que possam aprofundar no sentido do sacerdócio, na teologia do sacerdócio e em todos os temas que são importantes para os sacerdotes.
– O senhor poderia falar-nos agora dos desafios que um sacerdote enfrenta nesta sociedade tão antirreligiosa? Como crê que pode permanecer fiel a sua vocação?
– Cardeal Hummes:
Em primeiro lugar, a Igreja, através de seus seminários e formadores, deve fazer uma seleção muito rigorosa dos candidatos. Depois, é necessário ter uma boa formação, fundamentalmente na dimensão humana, intelectual, espiritual, pastoral e missionária. É fundamental recordar que o sacerdote é discípulo de Jesus Cristo e estar seguro de que tenha tido este encontro pessoal e comunitário intenso com Jesus Cristo, tenha lhe dado sua adesão. Cada missa pode ser um momento muito forte para este encontro. Mas também a leitura da Palavra de Deus.
Como dizia João Paulo II, há muitas oportunidades para testemunhar o encontro com Jesus Cristo. É fundamental ser um missionário capaz de renovar este zelo sacerdotal, de sentir-se alegre e convencido de sua missão e de conscientizar-se de que isso tem um sentido fundamental para a Igreja e para o mundo.
Sempre digo que os sacerdotes não são importantes só pelo aspecto religioso dentro da Igreja. Desempenham também um grandioso trabalho na sociedade, porque promovem os grandes valores humanos, estão muito perto dos pobres com a solidariedade, a atenção pelos direitos humanos. Creio que devemos ajudá-los para que vivam esta vocação com alegria, com muita lucidez e também com coração, para que sejam felizes, dado que se pode ser feliz no sacrifício e no cansaço.
Ser feliz não está em contradição com o sofrimento. Jesus não era infeliz na cruz. Sofria tremendamente, mas estava feliz, porque sabia que o fazia por amor e que isto tinha um sentido fundamental para a salvação do mundo. Era um gesto de fidelidade a seu Pai.
– Que outros santos o senhor acha acha que podem ser modelos para o sacerdote de hoje?
– Cardeal Hummes:
Obviamente, o grande ideal é sempre Jesus Cristo, o Bom Pastor. No caso dos apóstolos, sobretudo São Paulo. Celebramos o Ano Paulino. Vê-se que ele era uma figura realmente impressionante e que pode ser sempre uma grande inspiração para os sacerdotes, sobretudo em uma sociedade que já não é cristã.
Cruzou as fronteiras de Israel para ser apóstolo dos gentios, dos pagãos. Em um mundo que está se afastando tanto de qualquer manifestação religiosa, seu exemplo é fundamental. São Paulo tinha esta consciência muito forte: Jesus veio para salvar, não para condenar. É a mesma consciência que devemos ter nós diante do mundo de hoje.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Material para o mês vocacional






Fruto de nossa oração

Olá querida amiga zeladora de capelinha.
É com muita alegria que neste mês venho contar para você, neste jornalzinho, um pouco da minha história vocacional. Eu me chamo João Paulo da Silva, sou seminarista diocesano e estou cursando o primeiro ano de Teologia.
Deus, no seu infinito amor, me olhou e me chamou para conhecer melhor a Ele quando eu tinha ainda sete anos. E me chamou através de uma catequista: minha vizinha Matilde. A minha família não tinha muito o costume de ir à Igreja. Lembro-me que, certo dia, essa catequista pediu permissão à minha avó para me levar à Igreja junto com ela. Minha avó deixou e, a partir de então, todo sábado eu acompanhava a Matilde. Enquanto ela dava catequese eu ficava ali, esperando, na sala e quando terminava o encontro, íamos todos à missa das crianças. Na missa, ela fazia questão que eu acompanhasse as leituras do folheto, e também me incentivava a cantar. Depois de algum tempo, minha família se mudou de perto da Matilde, e eu já não ia mais à Igreja. Contudo, não demorou muito para que eu sentisse saudade da Igreja. Foi quando resolvi voltar, agora sozinho, não mais incentivado pela Matilde.
Foi então que eu me engajei pra valer! Terminei a catequese, tornei-me catequista e passei a fazer parte da equipe de música, do grupo de jovens etc. E assim, sentia que meu coração desejava se entregar cada vez mais a Deus. Então decidi fazer uma experiência no seminário para ver se o sacerdócio era minha vocação. Ingressei na Congregação dos Frades Menores Missionários no ano de 2001. Depois de três anos nesta congregação, percebi que não estava conseguindo corresponder ao carisma da congregação, e deixei o convento. Foi então que no ano de 2005, convidado e motivado pelo padre José Lauro, ingressei no Seminário Diocesano Mãe da Divina Graça, em Carambeí. Hoje, após oito anos, percebo que toda a minha história vocacional foi conduzida por Deus, que sempre soube contar com o apoio de pessoas próximas a mim. Deus chama. E chama através de pessoas que tem uma amizade profunda com Ele, a ponto de transmitir essa presença aos outros. A catequista Matilde foi este canal que Deus usou para me chamar a ser Cristão. Obrigado Senhor! Obrigado Matilde!
Querida zeladora de capelinha; Deus quer usar você também para chamar muitas outras pessoas para a Igreja. Será que você vai ter coragem de se colocar como instrumento nas mãos D’Ele?
Um grande abraço a todas.

Sem. João Paulo da Silva
E-mail: joaopauloxxi@hotmail.com

O Sagrado Coração de Jesus

No centro do mistério do mundo está Jesus Cristo e no centro Mistério de Cristo está a Sua Paixão, Morte e Ressurreição. E no centro disto está o Amor de Seu Coração. Desta forma podemos afirmar, sem medo, que a Festa do Sagrado Coração de Jesus nos conduz a essência do Cristianismo: Cristo, Filho de Deus e Salvador do mundo que amou até as últimas conseqüências, entregando-se para a nossa Redenção na Cruz. Há maior prova de Amor? Amor assim só pode brotar do coração.
O coração é centro vivo de onde germinam todas as decisões. O coração é o símbolo da profundidade e autenticidade dos sentimentos e palavras, portanto, da sua fonte profunda que é o Amor. Cristo, homem perfeito, amou como nenhum outro homem e na “sua escola da vida” nós aprendemos amar com dimensões completamente novas e com convicção, de forma tenra e dedicada. Mas é necessário estar ciente que o Amor se torna verdadeiro quando passa pela dimensão da Morte, mas não se trata de morrer na Cruz como Cristo, mas de morrermos para nossos desejos e vontades, pois para amar o próximo e a Deus se faz necessário um despojamento de si e uma doação plena ao outro. “Eu vos dou um novo mandamento: amai-vos uns aos outros. Como eu vos amei, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros. Nisto conhecerão todos que sois os meus discípulos: se vos amardes uns aos outros” (Jo 13,34-35).
Trata-se de uma morte de despojamento, de renúncia, perda e esquecimento de si. Cristo tomou o sofrimento e a dor sobre Si e a transformou em vida, através de Sua Paixão. “O Amor vem de Deus e todo aquele que ama nasceu de Deus e conhece Deus. Quem não ama, não chegou a conhecer a Deus, pois Deus é Amor... . Se nos amamos uns aos outros, Deus permanece conosco e Seu Amor é plenamente realizado entre nós... . Deus é Amor: quem permanece no Amor, permanece com Deus e Deus permanece com ele” (1Jo 4,7ss). Porém, podemos nos perguntar: como realizar isto? E o próprio Cristo nos dá a receita: “... aprendei de Mim, porque Sou manso e humilde de coração” (Mt 11,29). O Cristianismo tem seu núcleo no Amor de Cristo para com a humanidade, ou seja, o Cristianismo é um Mistério de Amor. Ser cristão é acreditar no Amor de Deus por nós e difundi-Lo, através do testemunho de vida, pois o desejo mais profundo do ser humano é amar e ser amado.


Sem. Martinho Hartmann
E-mail: mlhartmann@terra.com.br

Vida de Crismados

Ungidos no Sacramento da Confirmação, os cristãos “são vinculados mais perfeitamente à Igreja, enriquecidos de força especial do Espírito Santo”, e assim tornam-se “verdadeiras testemunhas de Cristo” (CIC, n. 1285). Aliás, o “selo do Espírito Santo marca a pertença total a Cristo, o colocar-se a seu serviço, para sempre...” (CIC, n. 1296).
E tantas pessoas do nosso tempo têm alegria em comunicar aos outros a experiência profunda que fizeram do Senhor. Vivem a profundidade do mistério celebrado na Crisma. Fico impressionado com o testemunho de uma senhora da comunidade onde moro. Ela não tem preguiça de ir ao encontro dos outros, é sempre disponível para ajudar, preocupada em revelar o rosto de Jesus, muito mais pelo testemunho do que pelas palavras. Olhando para esta senhora, frágil e feliz, podemos concluir como é verdadeiro o que diz o Documento de Aparecida:
“Quando cresce no cristão a consciência de pertencer a Cristo, em razão da gratuidade e alegria que produz, cresce também o ímpeto de comunicar a todos o dom desse encontro. A missão não se limita a um programa ou projeto, mas é compartilhar a experiência do acontecimento do encontro com Cristo, testemunhá-lo e anunciá-lo de pessoa a pessoa, de comunidade a comunidade e da Igreja a todos os confins do mundo (cf At 1,8).” (DA, n. 145).
Percebemos assim que Deus, pelo Sacramento da Confirmação, nos dá a graça para partilhar e tornar concreto o Dom recebido, a graça de sermos cristãos. Esta vida de verdadeiros cristãos, vida espiritual, também percebida no testemunho de tantas pessoas, comporta três elementos essenciais:
- empenho no viver bem o presente. Viver o agora com intensidade, com empenho, com esforço. Aliás, o agora é o único tempo que temos à disposição.
- interiorização(entrar dentro de si), oração e silêncio. É uma necessidade sempre atual. No interior de nós mesmos, encontramos o próprio Deus. Este é o segredo de uma vida equilibrada.
- serviço. A espiritualidade comporta o sair de si. Não há como ficar parado depois de um encontro com Deus e quando se está cheio do Espírito. O Espírito nos move para a ação concreta, para o compromisso evangelizador e social.
A crisma, sacramento da maturidade, nos capacita para uma vida comprometida e nos dá as condições necessárias para viver melhor e para levar ao mundo o Dom acolhido.
Somos desafiados a viver intensamente a graça de sermos cristãos, participando da vida e da missão de Jesus. As pessoas do nosso tempo esperam por testemunhas da verdadeira santidade de Deus. Façamos a nossa parte!

Para Refletir e Partilhar:
1. Como você tem vivido seu compromisso de crismado?
2. O que você pode fazer para que mais pessoas conheçam e sigam Jesus Cristo?
3. Conheço pessoas que são verdadeiras testemunhas do Cristo no meio do mundo?

Pe. Evandro Luis Braun
E-mail: evandrobraun@bol.com.br

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Um ano na Igreja para redescobrir a beleza do sacerdócio

O cardeal Hummes explica a iniciativa do Papa para recuperar o orgulho sacerdotal
CIDADE DO VATICANO, terça-feira, 26 de maio de 2009 (ZENIT.org).-
Em meio aos escândalos de sacerdotes que inquietaram a opinião pública nos últimos tempos, Bento XVI convoca um “ano sacerdotal” para mostrar que as falhas destes não são representativas da grande maioria do clero.
Assim explica o prefeito da Congregação Vaticana para o Clero, cardeal Cláudio Hummes, em uma carta enviada por ocasião do ano sacerdotal, convocado por Bento XVI a partir de 19 de junho, por ocasião do 150º aniversário da morte de São João Maria Batista Vianney, o Santo Cura de Ars.
Segundo esclarece o purpurado brasileiro, será “um ano positivo e propositivo, no qual a Igreja quer dizer, sobretudo aos sacerdotes, mas também a todos os cristãos, à sociedade mundial, mediante os meios de comunicação globais, que está orgulhosa de seus sacerdotes, que os ama e os venera, que os admira e que reconhece com gratidão seu trabalho pastoral e seu testemunho de vida”.
O cardeal Hummes reconhece que “é verdade que alguns foram vistos envolvidos em graves problemas e situações delicadas. (...) Obviamente, é necessário continuar a investigação, julgar-lhes devidamente e infligir-lhes a pena merecida”, declara.
Contudo, acrescenta, “estes casos são uma porcentagem muito pequena em comparação com o número total do clero”.
“Na sua imensa maioria, os sacerdotes são pessoas muito dignas, dedicadas ao ministério, homens de oração e de caridade pastoral, que investem toda a sua vida na realização de sua vocação e missão, muitas vezes com grandes sacrifícios pessoais, mas sempre com amor autêntico a Jesus Cristo, à Igreja e ao povo, solidários com os pobres e os que sofrem.”
“Por isso, a Igreja está orgulhosa de seus sacerdotes em todo o mundo”, sublinha a carta do cardeal.
O Ano Sacerdotal começará em 19 de junho, solenidade do Sagrado Coração de Jesus, com a celebração das Vésperas, presidida pelo Papa, diante das relíquias de São João Maria Vianney, levadas a Roma pelo bispo de Belley-Ars.
Ao anunciar este ano, em 16 de março passado, Bento XVI explicou que com isso pretende “favorecer esta tensão dos sacerdotes pela perfeição espiritual, da qual depende, sobretudo, a eficácia do ministério”.
Por este motivo, o cardeal Hummes considera que deve ser, antes de tudo, “um ano de oração dos sacerdotes, com eles e por eles, um ano de renovação da espiritualidade do presbitério e de cada presbítero”.
Por outro lado, o purpurado considera que este ano deve dar a oportunidade para examinar “as condições concretas e a sustentação material em que vivem nossos sacerdotes, às vezes submetidos a situações de dura pobreza. Ao mesmo tempo, um ano de celebrações religiosas e públicas, que levem o povo, as comunidades católicas locais, a rezar, a meditar, a festejar e a prestar uma justa homenagem aos seus sacerdotes”.
Com criatividade, o cardeal pede que em cada conferência episcopal, em cada diocese ou paróquia ou em cada comunidade eclesial “se estabeleça o mais breve possível um verdadeiro e próprio programa para este ano especial”.

terça-feira, 28 de abril de 2009

Diante do Sofrimento, Reação. (Emerson Trisote)

Necessito nesse momento de um tempo longo de reflexão, paz, silêncio e muito empenho para poder enfrentar as dificuldades que a mim se apresentam nesse instante. É assim que em determinados dias nós nos encontramos e diante dessa realidade precisamos dar uma reviravolta no nosso agir, temos que nos decidir por fazer algo novo, diferente, e a partir dos problemas reagir. Como reagimos diante de tudo que se apresenta a nós?
Através da fé em Cristo, do amor e silencio de Maria Santíssima e confiantes de que a graça de Deus age em nosso ser. Tomar um novo rumo e continuar a caminhar. E nesse contexto, paremos para uma reflexão e lembremos do que o evangelho de Mateus nos ensina, somos chamados a ser sal na terra e luz no mundo. Temos que dar sabor na vida das pessoas, tudo na medida certa e luz para iluminar os passos daqueles que estão meio perdidos, desiludidos e sem esperar nada de sua vida. Mas, isso só ocorre quando eu reconheço em mim os sentimentos que estão presentes e consigo ficar bem comigo mesmo. Portanto, pensemos em nós, e a partir de nosso viver, possamos reagir perante os obstáculos que a própria vida nos oferece.
E, é assim que queremos dar passos nesse mês, dedicado a Maria. Saibamos ser como Ela que, mesmo na dor, guardava tudo em seu coração e fazia com alegria a vontade de Deus. Ao rezar peçamos: “Rogamos a Deus força, coragem e animo para continuarmos o caminho, mesmo nos momentos Tristes que estejamos passando. Agradecemos ao Senhor pelas graças recebidas até o momento presente. E pela intercessão de Maria, ajudai-nos a fazer sempre a vontade do Pai”. Amém
Sem. Emerson Trisote
E-mail: trisote@bol.com.br

Fruto de nossa Oração

Saudações a todas as zeladoras de capelinha de nossa Diocese: que Deus as ilumine sempre! Quem comunica estas palavras é Luis Valério Prandel, seminarista do Seminário Diocesano de Filosofia São José. Quero relatar um pouco da minha história vocacional...
Nasci em Ponta Grossa no dia 20 de maio de 1983 e fui criado também aqui. Meus pais chamam-se Silvana Rodrigues e Luis Carlos. Tenho dois irmãos, Juliana Aparecida e Silvio Mauricio.
Iniciei minha caminhada com Jesus na capela Nossa Senhora das Dores (vila Santa Terezinha) da Paróquia Nossa Senhora de Guadalupe, onde fui batizado. Também recebi o sacramento da Primeira Eucaristia e me tornei coroinha. Mais tarde entrei na equipe de liturgia e depois tive a vontade de ser catequista. Foi a partir daí que senti que Jesus tinha algo muito bom preparado para mim. Assim, o tempo passou, mas “para tudo há um tempo, para cada coisa há um momento debaixo dos céus” (Ecle 3,1).
Continuei meus estudos, me formei em um curso superior e iniciei o mestrado. Foi neste período, com 23 anos, senti um Chamado muito mais intenso, que era o de servir a Deus através da vocação sacerdotal. No ano de 2006 conversei com o Pe. Glauco que me incentivou a fazer estágio vocacional. No ano seguinte, ingressei no seminário Propedêutico e este é meu segundo ano no seminário de Filosofia.
Sinto que nestes três anos de seminário foram momentos de intimidade profunda com Jesus mediante orações, convivência comunitária, pastorais e desta maneira pude responder verdadeiramente o Chamado de Cristo.
Sem. Luis Valério Prandel
E-mail:
luisprandel@hotmail.com

Mês de Maio é Mês da Mãe

Este é um mês especial: “Mês das Mães”. As Mães que Deus escolheu para nos gerar, criar, educar, proteger e amar. Não foi por mero acaso, que este é o Mês de MARIA, a Mãe de Jesus. Maria, através de seu semblante deixa transparecer a divindade de seu Filho muito amado, Jesus. Ela é a Mãe do Puro Amor. Maria é promessa e esperança, é ternura e solidariedade, é bondade e amor. É o veículo direto que nos comunica com Seu Filho. É nossa intercessora. A ela, confiamos nossas fraquezas, nossos sofrimentos, nossas limitações. Maria é nosso socorro. O colo de Maria é maternal, nele, encontramos abrigo e consolo. Ela nos conforta e nos acalenta. A presença da Virgem Maria em nossas vidas é real, pois, Maria nos guia a cada momento, sendo Mãe cuidadosa e amorosa para com seus filhos.
Devemos ser fiéis à Mãe de Deus, oferecendo nossas orações, aflições, angústias e tendo-A em lugar especial e respeitoso em nossas vidas. Ela, não se esquece de nós. Sejamos mães comprometidas com nossos filhos, até as últimas conseqüências. Isso alegrará o Coração de Maria. Maria é Mãe Celeste das Mães e com Maria firmamos nosso elo de união com Jesus Cristo, Seu Filho. O profundo mistério de ser Mãe de Deus a coloca numa posição privilegiada na história da salvação, elevando-a acima de todas as criaturas. Porém, não podemos esquecer que sua vida foi de ser humano normal semelhante à nossa, com as devidas diferenças da época.
Estamos acostumados a vê-la nos altares, merecidamente, envolta em vestes douradas, mãos postas, glorificada. Mas, nos esforcemos para também vê-La de avental, cozinhando e lavando como as nossas mães. Ser Zeladora de Capelinha é manter uma relação de “igualdade” com Nossa Senhora e, ao mesmo tempo, de grandezas diferentes.
O Sim de Maria é o Sim do verdadeiro e Santo Amor. Queremos pedir um pouco da Sua coragem, para darmos o “sim” necessário à realização do Plano de Deus em nós. O Sim da Virgem Maria a coloca em plena disponibilidade ao Criador, isto, sem pensar nas conseqüências, fazendo a Sua entrega total, mostrando o Seu Amor incondicional a Deus. Maria foi o maior exemplo de fé, de certeza e de fidelidade ao Pai. Maria renuncia sua própria vida de jovem comum e assume o principal papel na História Universal, o de Mãe de Deus. Maria proporcionou o encontro dos filhos com o Pai. Ser Zeladora de Capelinha é levar Cristo, através de Maria, a todos os Filhos de Deus. Ser Zeladora é ser Mãe. Muito obrigado pelo seu testemunho de Mãe e Zeladora.
Fraternalmente, Seminarista Martinho Luis Hartmann.

Compromisso de Oração

Nossa vocação primordial, a partir do batismo, é a santidade de vida. Mas não podemos deixar de valorizar as vocações específicas. Todos somos chamados a testemunhar Jesus, cada um num caminho bem próprio. Entre as vocações de especial consagração se destacam o sacerdócio e a vida religiosa.
O papa Bento XVI escreveu a Mensagem para o 46º dia mundial de oração pelas vocações ao sacerdócio e à vida consagrada, que acontece no dia 3 de maio de 2009. Este texto tem como tema “A confiança na iniciativa de Deus e a resposta humana”. Poderíamos destacar algumas frases da mensagem do papa para a nossa reflexão. Vale a pena considerar esta constatação feliz: “no decorrer dos séculos, respondendo à vocação do Senhor e dóceis à ação do Espírito Santo, fileiras inumeráveis de presbíteros e pessoas consagradas puseram-se ao serviço total do Evangelho na Igreja. Demos graças ao Senhor, que continua hoje também a convocar trabalhadores para a sua vinha”.
Mais a frente o papa nos lembra da nossa responsabilidade de cristãos, discípulos e missionários a serviço da vida. Trata-se da necessidade de se rezar pelas vocações: “o nosso primeiro dever é manter viva, através de uma oração incessante, esta invocação da iniciativa divina nas famílias e nas paróquias, nos movimentos e nas associações empenhados no apostolado, nas comunidades religiosas e em todas as articulações da vida diocesana. Devemos rezar para que todo o povo cristão cresça na confiança em Deus, sabendo que o «Senhor da messe» não cessa de pedir a alguns que livremente disponibilizem a sua existência para colaborar mais intimamente com Ele na obra da salvação”.
Sabemos das inúmeras necessidades da Igreja e, por isso não podemos deixar de elevar nossa prece ao Senhor da Messe para que envie operários para a sua messe. Certamente seria interessante que na sua comunidade mais padres e religiosos estivessem colocando a sua vida a serviço e dando testemunho de Cristo. Rezemos também para que os chamados sejam fiéis à sua vocação. O papa destaca as exigências para aqueles que são chamados: “escuta atenta e prudente discernimento, generosa e pronta adesão ao projeto divino, sério aprofundamento do que é próprio da vocação sacerdotal e religiosa para lhe corresponder de modo responsável e convicto”. Nosso compromisso é rezar pelos sacerdotes, religiosos, seminaristas e candidatos à vida consagrada. Rezemos ainda para que muitos jovens, fazendo a experiência do chamado de Deus para o sacerdócio e a vida religiosa, sejam capazes de dizer um sim generoso.
Pe. Evandro Luis Braun
E-mail: evandrobraun@bol.com.br

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

SAV e Espiritualidade (Athanagildo Vaz Neto*)

A Espiritualidade deve nos levar a perceber que Deus caminha conosco, mas o caminho é de seguimento. A espiritualidade do Animador e da Animadora Vocacional é a Espiritualidade do Seguimento.
Por ser uma experiência de seguimento de uma pessoa concreta – Jesus Cristo –, a espiritualidade é algo que pode e deve ser comunicada, “André, o irmão de Simão Pedro, era um dos dois que ouviram as palavras de João e seguiram Jesus. Encontra primeiramente seu próprio irmão Simão e lhe diz: ‘Encontramos o Messias’. Ele o conduziu a Jesus”. (Jo 1, 40-42b.).
O Espírito Santo desperta e faz com que cada um de nós perceba a graça de Deus em nossa vida. “Recebemos o Espírito que vem de Deus é para reconhecermos os dons da graça de Deus” (1Cor 2, 12)
Precisamos estar atentos à inspiração do Espírito, pois é o Ele quem suscita a maneira de seguir a Cristo. O seguimento é dom, é graça. E somos chamados a não “descuidar do dom da graça que está em nós” (1 Tm 4, 14).
Realmente é o Espírito quem nos leva a testemunhar Jesus. É só relembramos a pregação de Pedro no capítulo 2 do livro dos Atos dos Apóstolos. Um anúncio que foi extremamente profícuo para a Igreja nascente.
Portanto é uma experiência de testemunho que suscita entusiasmo, adesão ao mistério e provoca uma profunda transformação no modo de ser e de viver das pessoas. Isso mostra que a espiritualidade não é uma coisa abstrata, mas algo concreto, que está presente na vida de quem realmente está disposto a se comprometer com o Reino de Deus e com sua construção.
O que importa é deixar-se conduzir pelo Espírito e acreditar que Ele é vida e que é capaz de nos dar a vida plena que tanto almejamos. Por causa dessa fé no Espírito de Deus que habita em nós, nunca poderemos nos desesperar e nunca perderemos a esperança, pois sabemos que a ação do Espírito nos ajudará a superarmos toda e qualquer dificuldade.
O Animador e a Animadora Vocacional sabem que à frente deles vai sempre o Espírito de Deus, o qual é fonte de vida e o que “vem em auxílio à nossa fraqueza” (Rm 8, 26).

* Seminarista do 4º ano de Teologia e integrante do SAV Diocesano.
athana@terra.com.br

Somos Igreja - Somos Família - Somos SAV (Diác. Paulo Sérgio Ferreira da Silva*)

Vocação e Missão:
é tudo igual?
"De todos os vocacionados do mundo, sempre amigos"
Olá amigos! Encontramos-nos que bom! Fico pensando: será que estamos colocando em prática o que iremos ver aqui? Espero que esta página sobre Vocação e Missão ajude vocês a refletirem sobre estes termos.
Meus amigos, o mês de agosto foi escolhido pela nossa Igreja para pensarmos mais a respeito da Vocação. Nestes trinta dias que passaram, nós reforçamos as atividades para que todas as pessoas tomem conhecimento de que Deus nos chama para fazer muitas coisas bonitas.
E olha que tem muita gente levando a sério este chamado, como é o caso das catequistas, dos padres, dos diáconos, dos missionários, das famílias enfim, de todos aqueles que assumiram uma missão recebida.
Só que tem uma coisa irmãos, às vezes eu confundia vocação com missão. Então fui atrás, pesquisei, conversei com quem entende de vocação e com quem é esperto em missão. O resultado esta aí, vamos lá.

O que é vocação?
Primeiro fiquei sabendo que a palavra vocação tem sua origem numa língua que hoje quase não se fala mais, o Latim. Nesta língua, vocação significa “chamar” ela quer dizer nada mais nada menos que chamado. Nunca esqueçamos que há muita gente que confunde vocação com inclinação ou aptidão e isso está errado. É Deus quem chama. Os talentos que temos irão nos ajudar a responder a este chamado.
Sendo assim, Deus chama a mim, a você, o nosso grupo..., nos convidando ao serviço, à doação, àentrega. Neste chamado, o que Ele mais quer é quenós estejamos junto Dele, de seu filho Jesus e do Espírito Santo, participando do amor desta família do céu e da nossa comunidade. Deus chama, mas dá também os carismas e as qualidades que precisamos para assumirmos este chamado.
Na carta do nosso amigo São Paulo para a comunidade de Corinto, na Grécia, ele diz assim:
“É o Espírito Santo que realiza tudo isso, distribuindo seus dons a cada um.” (cf. 1Cor 12,11). É por isso que em nosso meio há pessoas que seguem um caminho, outros seguem outros. Estes caminhos chamamos de vocações específicas. São elas: Vocação ao Ministério Ordenado (diáconos, padres e bispos), Vocação Religiosa (irmãs e irmãos consagrados) e a Vocação Leiga (catequistas, lideranças, os pais...).
O casamento é um chamado cheio de amor que Deus faz a um homem e uma mulher para viverem juntos e constituírem família. São dois filhos de Deus que são entregue um para o outro, para que um seja do outro e para o outro. Quando a família vive verdadeiramente o amor está correspondendo ao amor de Deus, está educando os filhos nesse amor e está dando exemplo de fidelidade a Deus e a seu projeto de amor. Essa fidelidade se dá através de uma vivência dos valores cristãos. Assim a família se torna espaço e ambiente ideal para que os filhos possam discernir o chamado de Jesus. O lar fica sendo um templo vivo de Deus e uma Igreja em miniatura. Sendo a 1ª educadora, é na família que nascem e crescem as vocações, e onde se forma a responsabilidade vocacional de todos.
O diácono é o homem da família que vive com seriedade e dedicação seu compromisso sacramental do matrimônio.
O caminho para que sejam diáconos santos é a vida em generosidade e no serviço amoroso às pessoas. Como vocação divina e primeira, o diácono é chamado a vivenciar o matrimônio como alimento do amor a Cristo e sua Igreja.
O diácono precisa encontrar o equilíbrio entre o sacramento da Ordem e o do Matrimônio, precisando para isso contar com a esposa e os filhos, procurando sempre melhorar a qualidade de sua vida. O amor conjugal está em constante evolução, está sempre "em obras", só se concluindo com a morte.

O que é missão?
Companheiros, vocês irão ficar surpresos: a palavra missão também vem do latim e significa enviar. É Jesus quem nos envia, como Ele mesmo falou: “Vão e façam meus discípulos todos os povos... Ensinando a respeitar tudo o que vos ensinei” (cf. Mt 28,19-20).
É a continuação da missão de Jesus de levar vida abundante para todos. Legal, não é mesmo! A missão de evangelizar é uma missão que também cabe a nós. Evangelizar significa apresentar Jesus e tudo aquilo que ele ensinou para as pessoas: paz, ninguém passando fome, alegria, esperança, nada de escravidão, enfim, amor.

Vocação e Missão
Depois de pesquisarmos a origem e o significado destas duas palavras, acredito que podemos afirmar que Deus nos chama também para a missão. Com isso, não existe chamado sem missão, como também não existe missão se não houver quem possa realizá-la. Acho que confundi a cabecinha de vocês!
Vou explicar melhor: a vocação, como vimos, é um chamado de Deus para servirmos a todos os irmãos. Esse serviço é a missão. Agora sim! Com isso podemos concluir que vocação e missão não são a mesma coisa, mas elas estão muito ligadas, sendo conseqüência uma da outra.

Chamados para longe
O mês de outubro, que acabamos de viver, é dedicado ao Rosário e as Missões. Gostaria de conversar com vocês, amigos, sobre a missão que muitos homens e mulheres assumem levando Jesus a outros povos e culturas, às vezes muito distantes de suas famílias e amigos. Nós ainda não podemos assumir uma missão deste tamanho, porém podemos fazer algo grandioso pelos missionários, como: rezar por eles, visitar suas famílias, escrever para eles...

* Diácono Permanente da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, Coordenador da Pastoral do Menor/Pastoral Social e Secretário da Comissão Diocesana de Diáconos Permanentes. paulosfsilva@ig.com.br

Neste Tempo (JorgeAugusto)

“O que vos digo em trevas, dizei-o às claras; o que é dito ao ouvido, pregai-o de cima dos telhados!” (Mt 10, 27).O que antes era dito as escondidas, devemos agora, dizê-las sob a luz do dia. Necessitamos de romper com as trevas. Precisamos avançar. Temos que subir nos telhados para anunciarmos a novidade do Reino. No Serviço de Animação Vocacional nós devemos estar revestidos da mesma audácia de Jesus, a exemplo do dia que ele quis chamar os seus colaboradores. Chamou-os pelo nome, sem ter medo ou vergonha. Jesus se aproximou e chamou os que Ele quis. Cristo nos apresenta toda essa realidade no decorrer do seu evangelho. Portanto, todos nós que estamos neste caminho de discipulado precisamos imitar todos os passos do Mestre, inclusive a sua coragem, não podemos ter vergonha de comunicar aos outros as coisas bonitas que Jesus tem nos proporcionado. Temos que anunciar essas boas notícias, para que, todos fiquem sabendo do grande Amor que Deus tem por cada um de nós. Que essa realidade do seguimento de Jesus possa atingir um maior número de pessoas através do nosso testemunho. Peçamos a graça de Deus para que sejamos fieis a esse propósito, de “dizer às claras, de pregar de cima dos telhados” os milagres e prodígios que Deus tem feito aos nossos olhos.
Você que recebe a revista “Cultura Vocacional” deve procurar, na medida do possível, tornar concreta a proposta de Jesus. Promovendo em seu bairro, escola, paróquia, sala de catequese, e até mesmo, na sua própria família, momentos de oração; por que não, formar grupos de estudo sobre a amplidão do chamado de Deus na vida das pessoas; ainda, divulgar nas missas a realidade vocacional: através de teatros, através de reflexões, de testemunhos.
Agora é hora de pensarmos grande! Força! Temos que anunciar de cima dos telhados, para que um maior número de pessoas fique sabendo das maravilhas de Deus.

* Seminarista do 3º ano de Filosofia e integrante do SAV Diocesano.
jchuchene@hotmail.com

EVANGELIZA - SAV (Ir. Iria Maria Walter*)

Iniciando a nossa conversa, por meio deste texto, primeiramente, propomos colocar-nos de comum acordo: O que é evangelizar?
É anunciar o Evangelho. Ser enviado para dizer uma Boa Notícia. É uma tarefa, uma vocação.
Quem chama e envia a pessoa é o próprio Deus. Ele deseja contar com o ser humano para tornar presente no mundo inteiro a sua Mensagem.
Toda pessoa é chamada para uma determinada tarefa, uma missão. É Deus quem toma a iniciativa de suscitar no coração humano o desejo de estar em comunhão com Deus, ouvir o chamado e dar uma resposta. É o amor de Deus que ama – “com amor te amei” (cf Jer 31,3), chama – “não foram vocês que me escolheram, mas fui eu que escolhi vocês” (cf Jo 15,16), consagra a criatura para uma missão e envia - “Vão e façam com que todos os povos se tornem meus discípulos, batizando-as em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo, e ensinado-as a observar tudo o que ordenei a vocês” (cf Mt 28,19-20). É também o amor que faz dar resposta. O Criador e a criatura entram da dinâmica do amor, se comunicam de coração a coração e brota uma resposta.
Assim, o SAV é um grupo de pessoas, que sentem-se amados, escolhidos, consagrados para evangelizar, isto é, desempenhar uma tarefa. Mas qual é essa tarefa? A partir da própria experiência de ser chamado, feliz na sua resposta, sente-se convocada para partilhar sua vida, colaborando para que todas as pessoas descubram o amor de Deus em sua vida, encontrem seu lugar e um lugar na Comunidade, a partir da vivência do Batismo, proporcionando um ambiente que favoreça responder, como pessoa, criatura amada, a viver seu compromisso batismal onde estiver – “toda pessoa batizada é uma Missionária”. Deus, por meio do Espírito Santo, dá a cada ser humano os dons, isto é, um carisma particular para partilhar, para colocar a serviço da comunidade e tornar presente o “amor de Deus, derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos é dado” (cf Rom 5,5).
É o Batismo que nos une a Jesus Cristo, que também, batizado por João Batista, o amor Trinitário se manifestou e confirmou sua missão evangelizadora entre nós. Revela que o batismo de cada cristão é uma expressão do amor Trinitário, em que o Pai, por meio do Espírito Santo, anuncia aquele que é o Filho bem amado, testemunhando que a salvação é para todas os povos e para todos os tempos. Por isso, hoje, somos nós, como batizados pelo Espírito, que que somos filhos e filhas amados pelo Pai e testemunhar no mundo que a prática do da justiça e do amor se faz presente por meio de cada um de nós. A nossa fé, fortalecida pelo fogo abrasador do Espírito Santo, nos capacita para sermos testemunhas da luz de Cristo, que ilumina e clareia o caminho das pessoas da minha família, comunidade, paróquia, Diocese, enfim, de toda a Igreja. São Gregório de Nazianzeno proclamou: “Sede como luzes no mundo, diante da grande Luz, isto é, como uma força vivificante para os outros homens e mulheres”. É o Espírito Santo que nos anima, conduz e vivifica nosso compromisso com a vida. Alimenta sua vida, cada dia, na Luz do Espírito Santo, e testemunharás, que todos somos filhos e filhas amados do Pai, “que nos escolheu antes da fundação do mundo, para sermos semelhantes a Ele no amor” (cf Ef 1,4).
Na Diocese de Ponta Grossa, e em inúmeras Dioceses do Brasil afora, pessoas generosas colaboram, como missão evangelizadora, para que sempre mais pessoas, em diferentes idades, despertem e descubram sua tarefa e encontram-se como pessoas, dotadas de capacidades, dons que podem também ser colocados a serviço da Evangelização.
Jesus, o primeiro Evangelizador, enviado pelo Pai, pela força do Espírito Santo, conta hoje com nossas mãos para partilhar a sua vida, nossa boca para que o “Evangelho seja proclamado para todos os povos, até os confins da terra” (cf At 1,8), serve-se de nossos pés para levar uma palavra de esperança aos menos favorecidos e excluídos, usa de nossos ouvidos para “escutar o clamor dos oprimidos, descer, aproximar, solidarizar, libertar” (cf Ex 3,8).
Somos enviados, como Discípulos missionários de Jesus Cristo, para que n’Ele nossos povos tenham vida. “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida” (cf Jo 14,6). Por isso, caminhemos para o grande horizonte, pleno de proximidade com Jesus, na fidelidade a Ele e na vontade de servir nossos povos.
E você, o que pode fazer pelas vocações? Algo bem concreto, que está no seu alcance, é rezar pelas vocações, segundo o pedido de Jesus: “Pedi ao Senhor da messe para que envie operários para a sua messe. Pois a messe é grande e poucos os operários” (cf Mt 9,37-38). Convido você para ajuntar-se a nós, numa grande corrente de oração por todas as vocações. Uns anos atrás, a Diocese de Ponta Grossa, despertou todos os diocesanos a entrar na grande corrente de oração pelas vocações: “Ação evangelizadora dobrar os joelhos, renovar a vida”, sob a proteção de Nossa Senhora, Mãe da Divina Graça. Dom Sergio A. Brascki, Bispo de nossa Diocese, assim escreveu no livrinho do terço missionário: “Agora quero convidar você e sua família para rezarem o terço pelas vocações sacerdotais, religiosas e missionárias, pois precisamos muito de pessoas que se dediquem a Deus e à sua Igreja de coração aberto”. E muitas pessoas levaram muito a sério este compromisso, como uma ação evangelizadora, em favor das vocações. Que tal não interrompermos esta rede de oração! Na Revista CULTURA VOCACIONAL, do mês de outubro, fomos todos convidados para a continuidade da Oração do Terço. E com toda certeza, Jesus, o Pastor da Messe, continua ouvindo nossa súplica pelas vocações e, como resposta generosa de Deus, vai passar pelos nossos caminhos, pelas nossas famílias, pelas nossas escolas e continuar a lançar a semente do chamado no coração de muitas pessoas. Ajude a cultivar as vocações pela oração, pelo apoio. E Deus dará também a você a alegria de estar a serviço das vocações como discípulo missionário. Expressemos a alegria de sermos discípulos do Senhor e de termos sidos enviados com o tesouro do Evangelho. Ser cristão é um dom: Deus Pai nos abençoou em Jesus Cristo seu Filho, Salvador do mundo. “Eis que e estarei com vocês todos os dias, até o fim do mundo” (cf Mt 28,20).

* da congregação Servas do Espírito Santo. iriamwalter@yahoo.com.br

A Equipe Vocacional Paroquial (Pe Valdeslei Sviercoski*)

A Equipe Vocacional Paroquial (EVP)
Quando abrimos nossa visão e olhamos para frente sentimos necessidade de dar um novo sentido ao trabalho do SAV; não criar uma nova estrutura (o SAV não é uma nova Pastoral), mas olharmos diferente para o trabalho vocacional. Nesta segunda parte conheceremos a Equipe Vocacional Paroquial (EVP) que dinamiza na Paróquia as atividades do Serviço de Animação
Vocacional.
Na Igreja, todos são chamados a rezar e a trabalhar pelas vocações e a Pastoral Vocacional é que “acompanha cuidadosamente todos os que o Senhor chama a servir à Igreja no sacerdócio, na vida consagrada ou no estado leigo. “A Pastoral Vocacional, é responsabilidade de todo povo de Deus, começa na família e continua na comunidade cristã”. (Aparecida, 314)
Alguns, porém, são chamados de modo especial a trabalhar pelas vocações: são os animadores vocacionais (padres, consagrados e leigos) que, pelo mandato da Igreja desenvolvem um serviço mais direto de Animação Vocacional. O Serviço de Animação Vocacional exige um trabalho perseverante e organizado.
A equipe Vocacional cria e mantém viva em nossas paróquias um ambiente favorável à descoberta e ao cultivo dos germes da vocação além de “ajudar as crianças e os jovens a descobrir o sentido de sua vida e o projeto que Deus tem para cada um.”(Ibidem)
Os membros da Equipe Vocacional Paroquial podem ser escolhidos entre pessoas interessadas na animação vocacional. Nas comunidades onde não é possível constituir uma equipe, escolha-se um casal como animador vocacional, que pode se integrar no Conselho na Paróquia até que estes formem uma equipe, possivelmente com pessoas que ainda não estão envolvidas com alguma atividade na paróquia.
A Equipe Vocacional Paroquial é:
- Um grupo de pessoas que trabalham na comunidade eclesial;
- Em profunda sintonia com a Igreja particular (Diocese);
- Para auxiliar no surgimento, acompanhamento, facilitar a orientação das vocações:
- Leigas (no matrimônio); solteiro ou solteira, leigos consagrados; e vida de ministérios na Igreja;
- Ministério Ordenado (diácono, padre e bispo);
- Vida Consagrada (masculina e feminina);
- Missionária.
O que a EVP precisa saber sobre o SAV?
1. Na Bíblia a vocação é compreendida como missão. Por conseguinte, o Serviço de Animação Vocacional deve apresentar a vocação como a missão que Deus dá a cada um na Igreja;
2. O Serviço de Animação Vocacional deve levar a uma conscientização de que Deus é o sujeito da vocação e que ele chama todos a uma missão;
3. O agente do Serviço de Animação Vocacional deve ter consciência de que a vocação é um dom de Deus e agir em conseqüência;
4. O Serviço de Animação Vocacional deve levar os vocacionados a consciência de que a vocação não é para ele mas para a Igreja;
5. Deus dá a vocação através de mediações. Portanto, o Serviço de Animação Vocacional deve ajudar os vocacionados a tomarem conhecimento destas mediações (acontecimentos, fatos, pessoas...);
6. Deus dá a missão através das necessidades de seu povo. Por conseguinte, o Serviço de Animação Vocacional deve ajudar a olhar a realidade concreta para que todos possam descobrir o chamado de Deus para libertar e fazer comunhão;
7. O Serviço de Animação Vocacional deve despertar e animar ministérios nas comunidades conforme as suas necessidades;
8. O Serviço de Animação Vocacional deve ser abrangente suscitando engajamento a serviço da comunidade e da comunhão nela;
9. O Serviço de Animação Vocacional deve estar em comunhão com todas as pastorais. Movimentos, grupos, cultivando neles a dimensão vocacional;
10. O Serviço de Animação Vocacional deve interessar-se por todas as vocações mediante as quais a Igreja realiza sua missão de evangelizar.
Importante no Serviço de Animação Vocacional:
- Não vale hoje nem o recrutamento, nem a competitividade, nem a manipulação do candidato;
- A orientação vocacional só acontece mediante a presença, o contato, o encontro;
- Só quem vive os valores do reino pode chamar para seu serviço;
- Todos crescemos em nossa resposta, durante toda a vida.
Continua...

* coordenador do SAV Diocesano, assessor do SAV do Regional Sul II e reitor do Seminário Diocesano de Teologia
valdeslei@uol.com.br

A Igreja é fruto da experiência da acolhida do dom da Palavra (Pe. Clayton A. Delinski Ferreira*)

É deste princípio, contido na reflexão do Sínodo da Palavra, que desejo partir para a entendermos a articulação necessária que existe entre a Animação Bíblico-Catequética e o Serviço de Animação Vocacional.
O dinamismo da Revelação ensina que Deus ao comunicar-se aos homens não realiza um encadeamento de sílabas, nem formula um conjunto de verdades acerca de Si, mas, põe o homem em contato de uma Palavra que é sua Presença. A missão da Igreja é anunciar a Escritura, proporcionando o encontro com o Senhor que faz discípulos.
Fazer discípulo requer tempo de aprendizagem, experiência concreta, adesão a Jesus e à sua Comunidade. Neste processo a Catequese tem um papel preponderante, mas, a Animação Bíblico-catequética não é auto-suficiente, fechada em si mesma, ela se alicerça na fé e na vida da Comunidade; existe para servir a Igreja formando Comunidade em torno da Palavra revelada (DNC 113), tem como tarefa criar condições que permitam uma leitura autêntica e a compreensão das Escrituras para iluminar a vida, a fim de que a Palavra seja respondida.
A função da Catequese de anunciar a Palavra não é simplesmente informar ou veicular um conjunto de verdades; “a Palavra interpela, chama, evoca uma resposta concreta frente aos acontecimentos da vida, a fim de que a pessoa saiba ler a vontade de Deus para si”. (Sínodo dos Bispos Lineamenta 27)
Este é o ponto de confluência entre a animação Bíblico-catequética e o Serviço de Animação Vocacional. A Animação Vocacional tornará visível a dimensão vocacional da atividade catequética; orientará o cristão batizado que teve sua fé amadurecida pela ação catequética, para realizar sua opção cristã, ajudando-o a descobrir seu lugar, seu ministério na Igreja e sua missão na sociedade.
A catequese não é uma supérflua introdução na fé, um verniz ou um cursinho de admissão a Igreja; ela é um processo exigente, um itinerário prolongado de preparação compreensão vital e acolhimento dos segredos da fé revelados em Cristo para respondê-lo (DNC 37).
Neste espírito a Igreja convoca os fiéis para celebrar em 2009 o Ano Nacional de Catequese: um ano de catequese para os filhos da Igreja, com intuito de sermos interpelados pela Palavra e respondê-la. Na mesma dinâmica que aconteceu com os discípulos de Emaús; os quais foram orientados pela Palavra, alimentados pela Eucaristia e sentiram no coração a verdade que Deus diz, a Igreja deseja um re-encantamento que nos faça tomar a decisão de partir com o coração aquecido, para refazer o mesmo caminho, com novo olhar. Depois do anúncio catequético da Palavra o discípulo precisa respondê-la e compreender sua missão, descobrir que precisa voltar-se para a Comunidade com nova disposição de vida!
A dimensão Bíblico-Catequética, assim como o Serviço de Animação Vocacional, precisam estar presentes em todos os serviços pastorais como parte integrante da ação evangelizadora. Devem situar-se na Pastoral orgânica e de conjunto, a fim de contribuírem com o crescimento da Comunidade, porque cada serviço não forma um corpo, mas conforma um órgão dentro do único corpo que é a Igreja.
A Catequese ajudará a formar discípulos da Palavra e o Serviço de Animação Vocacional orientará o discípulo a respondê-la com um serviço ou ministério na Igreja.

* Coordenador Diocesano da Animação Bíblico-Catequética.
pe-clayton@yahoo.com.br

SAV e Vida Religiosa (Frei Wainer José de Queirós*)

O homem descobre Deus a cada dia e reconhece que é amado por Ele, sentindo seu coração ser preenchido por esse amor infinito. Diante de um amor tão grandioso brota o desejo de retribuir ao amor recebido de Deus. É dando sua resposta vocacional “sob a ação do Espírito Santo”. Então decide também amar.
A vocação do consagrado, isto é, dos religiosos e religiosas (da irmã, do irmão, do frei, da freira), nasce desse encontro com Deus e com Cristo. Cristo nos encanta de maneira tão profunda, que reconhecendo a grandeza e as maravilhas que Deus realiza em nós, não temos outra coisa a fazer senão aderir “só a Ele”. Penso que como o enamorado diz à amada, o consagrado diz ao Senhor: “você é minha vida”, o Senhor é nossa vida, ou como o salmista: “teu amor vale mais que a vida” (Sl 62). Aqui poderíamos lembrar a carta de Paulo aos Filipenses: “para mim, verdadeiramente, o viver é Cristo” (1, 21). O religioso, a religiosa (aquele que é consagrado a Deus), é chamado a configurar-se a Cristo, a realizar a exemplo de Cristo sua entrega total, sua doação amorosa. O configurar-se é a assimilação, a identificação vital a Cristo; imitar a Cristo de modo mais perfeito. E imitando a Cristo se dispõe a cumprir a vontade do Pai.
Quando abraçamos a vida religiosa, fazemos a nossa oferta total, ou seja, nos abandonamos nas mãos de Deus, “abandono ao Absoluto e abandono absoluto”. Através da fé nos confiamos a Deus e somos envolvidos por seu amor. O amor de Deus manifestado a nós nos ensina a purificar as nossas motivações não retas, não certas, para podermos nos dedicar totalmente ao que é agradável ao Senhor.
De forma simples viver a vida religiosa é viver só para Deus, servir a Deus, ter o coração voltado a Deus e desejar a honra e a glória de Deus e o bem dos irmãos.
E poderíamos nos perguntar: mas, o que tem a ver vida religiosa e SAV?
É muito simples, todos nós somos vocacionados, somos chamados a seguir Jesus Cristo de formas diferenciadas, e temos que fazer nossa opção vocacional, precisamos discernir. Ainda mais, depois de fazer nossa escolha, no caso de escolher vida religiosa, precisamos discernir a família religiosa (congregação) que iremos fazer parte: Franciscanos, Beneditinos, Dominicanos, Agostinianos... e diversas outras. Assim, o SAV nos ajuda a discernir nossa vocação, depois a escolher o seguimento que desejo e nós que já estamos na vida religiosa auxiliamos na formação da equipe do SAV e a outros vocacionados a fazerem sua escolha...
Entendemos que no seguimento de Jesus Cristo, ninguém caminha de forma isolada, “só, em seu canto”, caminhamos juntos com Cristo cumprindo a nossa missão fazendo a vontade de Deus.

* é Mestre de noviços da congregação dos Frades Menores Missionários
greniaw@hotmail.com