terça-feira, 27 de novembro de 2012

Coroinhas - Servir e Rezar - Dezembro 2012 - Primeiro Encontro


Dezembro de 2012

Primeiro Encontro
 Oração inicial
Os Julgamentos
Numa pequena aldeia da Europa, havia um senhor muito sereno. Os tempos eram difíceis, com fome e guerras constantes. Esse senhor tinha, porém, um bem muito valioso, que não vendia a preço nenhum. Era um lindo cavalo branco. Diversos poderosos da região queriam comprar o cavalo, mas o velho não vendia. Dinheiro algum poderia pagar aquela amizade e carinho que ele tinha com o seu cavalo. Certo dia o cavalo sumiu da cocheira. Todos da aldeia foram até a casa do homem. Vários murmúrios eram ouvidos: – Eu sabia que um dia isso iria acontecer. Um cavalo tão valioso, uma hora ou outra ia ser roubado. Seu burro, você devia ter vendido ele antes de isso acontecer. E assim por diante, o dia todo o velho ouviu comentários negativos, e a todos respondia: – Vocês nem sabem o que aconteceu. Não julguem. Digam apenas que o cavalo não está mais na cocheira, não sejam precipitados. Se se trata de algo bom ou ruim, não sei. Só esperando para ver o que vai acontecer. Todos riram, mas o velho ficou firme. Tinha confiança em si mesmo e sabia que não se pode julgar a partir de simples fragmentos. Quinze dias se passaram e o belo cavalo branco voltou. Com ele, outros dez cavalos selvagens, tão belos quanto ele. Valiam uma fortuna. O cavalo não havia sido roubado, tinha apenas fugido para a floresta, mas voltou são e salvo. E o melhor, com companhia. Novamente as pessoas da vila se reuniram e comentavam. – Velho, você estava certo. Não se tratava de algo ruim, mas sim de algo bom, foi uma bênção. – Novamente não sejam precipitados. Apenas digam que o cavalo está de volta. Quem sabe se é uma bênção ou não? Ninguém sabe o que virá. Não se pode julgar um livro lendo apenas uma página – respondeu o senhor. As pessoas acharam estranho, mas não comentaram muito. Como podia o velho não estar contente com dez cavalos novos?! Os dias se passavam e o filho do senhor começou a  /trinar os cavalos selvagens. Poucas semanas depois, o garoto caiu de um dos cavalos e feriu a coluna. Ficou paralítico. Que desastre. As pessoas foram à casa do homem e tentavam se solidarizar. Diziam que o velho tinha razão. O que parecia uma bênção se mostrou uma desgraça. Mas ele retrucava. – Vocês são obcecados por julgamentos. Digam apenas que meu filho não pode mais andar. Ninguém sabe o que virá. A vida é feita de fragmentos, ninguém sabe o dia de amanhã. Como o país estava em guerra, todos os jovens da aldeia foram convocados para se alistar no exército. Soldados vieram e levaram todos os jovens, deixando os pais desolados e desamparados. Todos sabiam que a guerra era cruel e que os jovens não voltariam mais para suas casas. O único jovem a não ser levado foi aquele que não podia andar. Novamente foram até a casa do senhor e disseram. – Velho, você estava certo. Nada é definitivo. Aquilo que parece bênção pode se tornar desgraça e vice-versa. Seu filho está paralítico, mas está com você. Os nossos filhos nunca mais voltarão. – Vocês continuam julgando. Ninguém sabe o que virá. Vocês sabem apenas que seus filhos foram para a guerra, forçados pelo exército. Se isso é bom ou se é mau, só o futuro dirá – concluiu o senhor.

Para Refletir
Nunca julgue pelas aparências. As coisas podem ser muito diferentes do que aquilo que a sua percepção mostra. Se você julgar pelo primeiro impulso, pela primeira impressão, pode cometer um erro grave. Quando julgamos a partir de fragmentos, de coisas pequenas, normalmente erramos e precisamos voltar atrás. Isso dá muito mais trabalho do que simplesmente acompanhar os fatos e ver a totalidade. A vida é feita de altos de baixos. Às vezes estamos ótimos, tudo dá certo. Outras vezes parece que só acontecem coisas ruins. Tudo é passageiro. Tenha isso claro. Quando um caminho termina, outro começa. Quando uma porta se fecha, outra se abre. Ser virtuoso é saber aproveitar cada oportunidade, extraindo o que ela oferece de melhor. Viva intensamente, e sua vida se encherá de virtudes.

Para discutir em grupos
Diante das situações imprevistas, qual a sua reação? Você espera para ter uma visão maior ou já emite o seu julgamento? Quando está com problemas, em que se baseia para fazer os julgamentos? Alguma vez aconteceu em sua vida algo semelhante à parábola? Você costuma julgar as pessoas a partir da primeira impressão? Como você lida com seus preconceitos?

Temas para serem discutidos
Individualidade, personalidade, abertura, diálogo, verdade x opinião, maturidade, crescimento pessoal, sabedoria de vida, aprendizagem com os erros e dificuldade, colaboração e partilha, autoconhecimento, trabalho em equipe, troca de conhecimentos.

Textos bíblicos que nos ajudam na reflexão
Lc 6, 37 // Jo 7, 24 // I Cor 4, 5 // Sb 1, 4 // Sb 6, 20 // Ef 3, 16 // Lc 2, 52

Aprofundando o Tema
Deus nunca olhou as aparências das pessoas, e sim, sempre o coração... Vamos aproveitar este tempo de fim de ano, do Natal de Jesus, para olharmos as pessoas cada vez mais com o nosso coração. Por falar em coração, é no coração que se encontra a nossa vocação. Responder a vocação é olhar para o nosso coração e olhar para o coração das outras pessoas. Aproveite o nascimento de Jesus Cristo em nosso coração, neste natal, e deixa a sua vocação também nascer para que você tenha uma vida completamente feliz. Aproveite a Liturgia da Santa Missa para fazer esse pedido a Deus...

Segue a oração final...

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