segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Nem tudo está perdido! (Pe. Evandro L. Braun)

Existem pessoas totalmente abertas ao novo. São desapegados de tudo e de todos. Usam as coisas, partilham as suas idéias, expressam seus sentimentos..., mas tudo com muita liberdade. São tranqüilas. Parece que descobriram o sentido profundo do existir. São seguros e otimistas. Sabem enfrentar a vida, também com os seus sofrimentos. Tudo é encarado como dom para ser colocado a serviço. Seu jeito de viver é extremamente revelador do amor. De um amor simples, desapegado, interessado pelo outro; amor cativante, sincero, profundo; amor que vai até o extremo do dar a vida.
Muitos homens e mulheres gastam seu tempo, seus bens e seus dons para servir a quem precisa. Muitos doentes e idosos também oferecem as cruzes do dia a dia para a transformação do mundo. Existem também muitos voluntários por aí. São jovens que não se cansam de lutar pela preservação da natureza. São adultos entusiasmados pela causa social. Pais e mães de família preocupados com o futuro dos filhos dos outros. Consagrados profundamente dedicados no anúncio do Evangelho.
Penso em tudo isso porque ouvi alguém dizer: “Este mundo está perdido! Veja quanta destruição, violência, falta de valores. Não existe mais solução!” Estas afirmações me fizeram refletir muito. “Será mesmo que não há mais jeito? Tudo está perdido?” Sinceramente, existem muitas coisas para mudar e para melhorar. Disso não tenho dúvidas. Mas também estou certo de que existe muito bem sendo feito, muitas maravilhas estão acontecendo, muito amor pode ser contemplado neste mundo em que vivemos. O bem ainda é mais forte do que o mal. Por isso estamos vivos. Por isso continuamos nossas lutas diárias. Por isso renovamos a nossa esperança.
É certo que muitas coisas boas permanecem escondidas. Mas elas são reais. Gostei do que disse um padre outro dia: “Uma árvore cresce devagar e sem fazer barulho. Por isso poucos a percebem. Mas quando uma árvore é derrubada todos podem perceber o barulho e estrago”. É assim também com o bem. Ele vai acontecendo no silêncio, com tranqüilidade. A maldade é barulhenta, causa estragos. Valorizemos as muitas árvores que crescem e não somente as que caem.
Não esqueçamos do que disse o concílio: “Os cristãos acreditam ser o mundo criado e conservado pelo amor do Criador; caído, sem dúvida, sob a escravidão do pecado, mas libertado pela cruz e ressurreição de Cristo, vencedor do poder do maligno; mundo, finalmente, destinando, segundo o desígnio de Deus, a ser transformado e alcançar a própria realização.” (Gaudium et Spes, n. 2).
Sejamos otimistas, pessoas que tornam concreto o amor de Deus e promovem o bem que transforma as realidades de morte.

Para Refletir e Partilhar:
1. Para você, quais pessoas são testemunhas de otimismo e esperança?
2. Você acha que tudo está perdido neste mundo em que vivemos?
3. O que você tem feito para que o mundo seja mais humano e mais cheio de amor?

(texto escrito por Pe. Evandro L. Braun / evandrobraun@bol.com.br)

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