domingo, 19 de agosto de 2007

Esp. Anim. Voc. - Jesus, o homem da Oração (Pe. Evandro)

2. Jesus, o homem da oração

Não podemos esquecer, quando falamos da vida espiritual do animador vocacional, de um aspecto bem particular: Jesus rezava! Seguir Jesus é, então, dar tempo para a oração.
“Nos momentos decisivos da sua vida, antes de agir, se retirava num lugar solitário para dedicar-se à oração e à contemplação, e pediu aos Apóstolos que também o fizessem. A seus discípulos, sem exceção, lembra-lhes: ‘Entra no teu quarto, fecha a porta e ora ao teu Pai em segredo’(Mt 6,6). Esta intensa vida de oração deve adaptar-se às capacidades e condições de cada cristão, para que cada um, nas distintas circunstancias da vida, possa saciar-se na fonte do seu encontro com Cristo, para embeber-se do único Espírito (cf 1Cor 12,13). Nesse sentido, a dimensão contemplativa não é privilegio reservado somente para uns poucos; pelo contrário, nas paróquias, nas comunidades e no âmbito dos movimentos, seja promovida uma espiritualidade aberta e orientada à contemplação das verdades fundamentais da fé: os mistérios da Trindade, da Encarnação do Verbo, da redenção dos homens, e as demais grandes obras salvíficas de Deus.”(Ecclesia in América, n. 29).

Um dos textos muito significativos para nós, animadores e animadoras vocacionais, é o de Lc 6,12-19, especialmente estes versículos: “Naqueles dias, Jesus retirou-se a uma montanha para rezar, e passou aí toda a noite orando a Deus. Ao amanhecer, chamou os seus discípulos e escolheu doze dente eles que chamou de apóstolos...” (vv. 12-13) .

O serviço vocacional é muito importante. Quem tem esta consciência, pede constantemente de Deus a graça de que necessita para bem desempenhar sua missão. Jesus fez assim, portanto, seus discípulos são chamados a imitá-lo.

Também no texto de Mateus, antes do chamado dos apóstolos, o evangelista nos apresenta Jesus a necessidade de rezar pelas vocações: “A messe é grande, mas os operários são poucos. Pedi, pois, ao Senhor da messe que envie operários para sua messe”(Mt 9,38). Encontramos esta frase que nos convida à oração pelas vocações também em Lc 10,2.

Sendo assim, somos chamados a imitar Jesus que reza e a cumprir o seu pedido. Não tem como, então, ser um bom animador vocacional, sem a vida de oração.

Também nas horas mais difíceis da vida, Jesus foi rezar: no Getsêmani disse aos discípulos: “Assentai-vos aqui, enquanto eu vou ali orar”. Tomou consigo Pedro, Tiago e João, foi rezar. E depois disse: “Minha alma está triste até a morte. Ficai aqui e vigiai comigo.” Quando voltou para perto dos discípulos, os encontrou dormindo. Disse a Pedro: “Então não pudestes vigiar uma hora comigo... Vigiai e orai para não cairdes em tentação.” E por três vezes Jesus vai rezar e, na volta, encontra os seus discípulos dormindo (cf Mt 26,36-46. Também os textos paralelos nos indicam a mesma coisa).

Jesus pede que os seus discípulos “fiquem com ele”. Mas os discípulos fazem o que lhes é mais importante: “dormir”. Eles tinham dificuldade de ficar com Jesus. E nós? Será que os animadores vocacionais não encontram neste nosso tempo a mesma dificuldade?
Podemos colher dos evangelhos alguns elementos concretos para a nossa oração:
1. Rezar em segredo e não para ser visto pelos outros, como os hipócritas (Mt 6, 5-6)
2. Não multiplicar muitas palavras: Deus sabe o que precisamos (Mt 6,7)
3. Rezar o que Jesus ensinou: Pai Nosso (Lc 11,1-4 / Mt 6,9-13)
4. Insistir na oração (Lc 11, 5-13)

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